sábado, 29 de novembro de 2008

O que é o Culto aos Antepassados no buddhismo?


"Nas famílias japonesas o "Culto aos Antepassados" e as "Celebrações de Homenagem Póstuma" se tornaram quase uma obrigação que é mantida de geração para geração e poucos conhecem o seu verdadeiro significado e sua verdadeira origem. Fazem desse culto um fardo pesado a ser carregado pelos descendentes que nem sempre se sentem satisfeitos com isso e acabam por mantê-lo apenas devido a um medo supersticioso de que se não realizarem os cultos de maneira correta e nas datas corretas os "espíritos" dos antepassados não se sentirão satisfeitos e poderão voltar como "espíritos perturbadores", causando doenças, acidentes e inúmeros problemas familiares.

Esse ponto de vista nada tem a ver com o Budismo. Parte dessa crença nasceu na China, na tradição do Confucionismo, que utilizava o Culto dos Antepassados como uma forma de manter a agregação e a estabilidade social. Outra parte muito forte desse medo foi herdado do antigo Shintoísmo (religião autóctone japonesa), onde a morte é vista como algo impuro e o "espírito" dos mortos têm que ser cultuados e purificados até chegarem à condição de "espíritos celestiais" ou até mesmo de "deuses" (Kami), do contrário, se tornarão espíritos errantes e perturbadores. Segundo o Budismo, esta não é uma maneira correta de pensar.

De acordo com o Budismo, a atitude correta em relação ao falecido é vê-lo, humildemente, como um mestre que nos ensina sobre o caráter transitório e finito de nossas vidas. Isso é chamado no Budismo de "impermanência". Além do mais, é graças aos nossos antepassados que nós estamos vivendo atualmente. Nós herdamos através de nossos pais essa vida que chegou até nós através de uma linhagem incalculável de pessoas que existiram antes de nós. Para o futuro também, através de nossos filhos, netos, bisnetos e etc., essa mesma vida será transmitida, como se fosse a semente de uma árvore, que gera uma nova árvore, que dará novos frutos e estes por sua vez novas sementes que gerarão novas árvores, assim infinitamente, enquanto houver condições da vida se manifestar."

Trecho de texto do Rev. Wagner Bronzeri
Íntegra aqui:

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Retiro da iluminação



Aspecto de meditação durante o retiro de iluminação de Buddha, no templo Busshinji em São Paulo, no ano de 2006.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Rohatsu Sesshin - 2008


Sesshin da Iluminação – Busshinji

Estão abertas as inscrições para o Sesshin da Iluminação (Rohatsu Sesshin) no Templo Busshinji, São Paulo. As atividades iniciam-se no dia 10, a partir das 9 horas. Na parte da manhã serão dadas instruções gerais e a maneira de se utilizar o oryoki, para as refeições formais. Serão entregues também os livros de orações. Após o almoço, às 13h15, haverá o ingresso do monge Shussô (líder dos alunos e demais monges) e a Cerimônia de Abertura.
As atividades diárias iniciam-se às 6 horas, estendendo-se até às 19h30. No total haverá dez sessões de zazen, de 40 minutos, 10 minutos de kinnhin, e 10 para o uso do banheiro. As refeições da manhã (Tempatsu) e o almoço (Tempatsu) serão realizados na Sala de Buda, na postura de zazen. O chá da tarde, igualmente, nesta posição. O jantar (yakuseki) será feito de maneira informal, na sala de chá.
No encerramento deste sesshin da Iluminação, atendendo a tradição deste templo e, igualmente, outros centros de prática, as atividades estender-se-ão até as 3 horas, da manhã de 17. Após a finalização, haverá uma cerimônia de encerramento e de iluminação do príncipe Sidharta, que se tornara o Buda. De acordo com a transmissão, Buda sentara-se no décimo segundo mês por sete dias, sendo que na manhã do sétimo, ele alcançara a libertação. Esta experiência é realizada também pelos alunos inscritos no Sesshin da Iluminação. Nesta manhã, o monge superior (Docho) submete-se ao shosan, quando alguns praticantes colocam questões (mondo) a ele, que são respondidas publicamente.
Na cerimônia, os praticantes têm a oportunidade de servirem-se de gomishuku (alimento dos cinco paladares), remetendo-se ao encontro de Sidharta com a camponesa Sujata. Diz a lenda que Sujata teria oferecido para o príncipe aquele alimento, assim pôde recuperar-se do desgaste e, fortalecido, logrou obter a iluminação.
Para este sesshin, o custo é de R$ 200. Não temos no momento infra-estrutura para acomodar os praticantes. Por isto, para aqueles vêm de lugares distantes, um hotel nas proximidades deve ser providenciado. Quanto a isso, a recepção do Templo Busshinji poderá fazer a reserva. Informações pelo telefone 11-3208-4515. Rua São Joaquim, 285, Liberdade, São Paulo.

Postado por Jisho no blog Sangha Margha

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Histórias de Vovô Tetsuo



"Histórias de Vovô Tetsuo"
Texto: Ricardo Sasaki e J. Carino
Ilustrações: Marcelo Andreo
ISBN: 978-85-7671-100-1
20 páginas – 17×25 cm
R$ 20,00
€ 6.60

"Um avô japonês, que viveu inclusive os dias terríveis da destruição de Hiroshima e Nagasaki, aproveita questões do dia-a-dia vividas por crianças e adolescentes para transmitir ensinamentos cuja fonte são textos milenares da sabedoria oriental. Diante das questões levantadas por seus netos, o avô Tetsuo conta histórias irresistíveis que contribuirão para a formação de pessoas felizes e éticas".

Acompanhe a sabedoria do Vovô Tetsuo e suas histórias a partir de situações cotidianas de seus dois netos, Luísa e Tiago. Com ilustrações coloridas e histórias baseadas nos tradicionais jatakas indianos.
Peça o seu aqui

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Shodoka




O tradicional texto zen conhecido como Canto da Libertação – Shodoka, diz:

“Se as pessoas ofenderem e difamarem você, deixe-os:

eles estão brincando com fogo, tentando queimar o céu.

Quando eu os ouço, suas palavras são gotas de néctar

que me mostram que esse momento está livre de conceituação.

Palavras ofensivas são bençãos disfarçadas,

e meus ofensores bons professores.

Esta mente tem espaço para difamação e ofensa

e é ela mesma compaixão e paciência sem originação.”

( Copiado do blog Tentando não fugir, escrito por João Destri, aluno do zen no RJ )

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Comunicado do CBB - Sobre Dana e a Orientação de Dharma

Colegiado Buddhista Brasileiro

Comunicado 001/2008 – Sobre Dana e a Orientação de Dharma

Estimados praticantes, estudiosos e simpatizantes buddhistas,

O Colegiado Buddhista Brasileiro (CBB), entidade voltada para o favorecimento do diálogo entre as tradições buddhistas e o mais correto e saudável exercício de entendimento sobre os fundamentos do Dharma no Brasil, gostaria de apresentar a todos os interessados sua posição acerca de questões relevantes que têm sido ultimamente levantadas por diferentes pessoas ao CBB sobre a natureza do exercício de Dana e a real condição de autoridade na orientação do Dharma por diferentes monásticos ou estudiosos seculares.

Este comunicado, no entendimento da diretoria fundadora do Colegiado, se faz necessário neste momento devido ao constante fluxo de dúvidas apresentadas diretamente ao CBB referentes a episódios associados ao exercício de eventos, cursos ou práticas buddhistas, nos quais a própria competência de conhecimento ou experiência na orientação buddhista por parte dos organizadores e o modo de solicitação dos recursos de contribuição para tais eventos são questionados.

O CBB apresenta suas considerações sobre o assunto sem, no entanto, pretender manifestar-se de forma legisladora ou julgadora em relação à liberdade de atuação das escolas buddhistas tradicionais, ou de estudiosos e pesquisadores não-buddhistas que pretendam se posicionar sobre o tema buddhista de forma acadêmica ou histórica.

Nosso objetivo, muito mais simples, é apenas esclarecer aos simpatizantes e praticantes pouco experimentados sobre os fundamentos do exercício ético e moral no buddhismo, deixando a cada um a responsabilidade de ponderar, analisar e atuar da forma mais consciente e amadurecida possível no momento em que irão decidir sobre sua participação em eventos e práticas, ou filiar-se a grupos e espaços de Dharma.

Para tal, o Colegiado Buddhista Brasileiro apresenta as seguintes argumentações:

I. Sobre o exercício de Dana

1. O exercício de Dana (Generosidade, Doação, Apoio), na tradição buddhista, representa essencialmente a ação consciente e atenta de ajuda e contribuição (seja material, de tempo ou outras) para que o Dharma possa ser estudado e exercido sob condições úteis e abrangentes a todos. Em Dana temos não somente a ação de ajuda e proteção (física, psicológica ou social) a pessoas em necessidade, mas também a ação justa e honesta para que o Dharma seja divulgado sob as bases tradicionais da ética buddhista, na forma e apoio às instituições e seu corpo monástico ou dos centros e espaços de prática.

2. É preciso fazer distinção entre monges solicitarem contribuição e centros cobrarem por atividades. Monges vivem de doações, são sustentados pelo mosteiro, e não deveriam pedir dinheiro em troca de ensinamentos. Centros atuam de forma diferente; sendo espaços sem vínculo formal com as regras monásticas (e muitas vezes sustentados por praticantes seculares), eles dependem de uma organização financeira onde as contribuições servem para favorecer as condições materiais dos professores e do próprio ambiente de estudos, os quais ali estão para facilitar o ensino do Dharma.

3. Assim, é igualmente preciso fazer a distinção correta entre um centro solicitar contribuição para realizar retiros, cursos etc (algo perfeitamente compreensível em relação às necessidades de despesas), e monásticos que porventura venham a pedir dinheiro. Um monge adota um estilo de vida e pode alertar as pessoas sobre o Dana, mas as pessoas não oferecem Dana para o monge ensinar, e sim para permitir que o monástico possa se manter na sua condição de monge ou monja. O dinheiro, portanto, não é dado ao monge pessoalmente, e sim à instituição buddhista. O buddhismo não faz barganhas com o Dharma; as organizações buddhistas não pedem dinheiro em troca da promessa de sabedoria, cura, iluminação ou qualquer tipo de prêmio espiritual. O Dana é solicitado (e deve ser conscientemente oferecido) para que as condições materiais e humanas das instituições possam se manter, e assim a prática possa sempre ser valorizada.

4. Portanto, os praticantes e estudantes precisam estar atentos ao fato de que as solicitações de contribuição não podem ser feitas de forma abusiva ou voltadas para lucro pessoal de monges ou monjas. As contribuições feitas pelos centros devem ser justas e adequadas às suas necessidades, e jamais podem se constituir excessivas. Os coordenadores dos centros de Dharma, sendo pessoas honestamente comprometidas com a prática ética buddhista, sempre estarão à disposição para facilitar os modos de contribuição dos praticantes, considerando-se as possibilidades e limites financeiros de todos.

5. Os praticantes e interessados precisam compreender que são, eles mesmos, livres para contribuir ou não. Ninguém pode exigir de outrem participação em eventos buddhistas ou centros de prática; a tradição buddhista não pratica pressão psicológica, material ou espiritual para manter pessoas entre seu corpo de estudantes ou praticantes. Ao mesmo tempo, nenhuma pessoa deveria se subordinar a qualquer espaço buddhista na pretensão de que, assim agindo, estarão garantindo algum tipo de retorno espiritual ou benefício místico. A prática do Dharma ocorre de forma livre, consciente e madura, ou então jamais será possível.



II. Sobre a correta orientação de Dharma no Brasil


6. Em relação à competência e autoridade daqueles que se apresentam como professores ou orientadores, é preciso esclarecer que a tradição buddhista brasileira possui uma profunda capacidade de formação de monásticos ou leigos dignos de serem respeitados como orientadores sérios e competentes. Entretanto, é preciso que as pessoas saibam reconhecer tal competência através da análise e observação atenta das ações destes professores de Dharma. Estes sempre serão pessoas coerentes em suas ações éticas e morais. Embora muitas vezes firmes e exigentes, também saberão ser pacientes e compreensíveis, sem nunca agir de forma irresponsável e arrogante.

7. O ensino correto buddhista se dá principalmente através do exemplo, e da dedicação dos seus professores com o próprio treinamento em Plena Consciência, base dos ensinos de Shakyamuni Buddha. Neste sentido, pretensos professores de Dharma jamais poderão agir de forma autoritária, agressiva, preconceituosa ou abusiva em relação a seus alunos e praticantes. Por outro lado, cabe aos praticantes reconhecer e respeitar a experiência e sabedoria dos orientadores – monásticos ou leigos – quando estas virtudes forem evidentes nas palavras e atos destas pessoas, agindo desta forma com respeito e atenção aos seus conselhos e posição.

8. Ninguém no âmbito da orientação buddhista deve se autodenominar "Mestre" ou assim deve ser chamado apenas por envergar manto monástico ou, sendo leigo, apresentar-se como alguém entronizado em sabedoria mística ou semelhante. O título de Mestre se constitui de grande significado, e somente é dado àqueles que representam no buddhismo o mais digno exemplo de amadurecimento na prática contemplativa e sabedoria no exercício do Dharma. Os praticantes precisam ficar atentos a pessoas que vaidosamente se autodenominam mestres ou líderes místicos, ou que pretendam criar em torno de si grupos de discípulos sem realmente demonstrar os mais básicos fundamentos em coerência e comportamento. Professores sérios tem linhagem clara e um mestre de escola tradicional que os autorizou; a citação de linhas múltiplas e extensos currículos de diferentes correntes místicas é um quesito a ser olhado com extremo cuidado, para não dizer com precaução.

O CBB, ao apresentar tais ponderações, espera ter contribuído para conscientizar todos os simpatizantes e praticantes, facilitando sua reflexão atenta no momento em que entrarem em contato com organizações buddhistas ou monásticos pertencentes às tradições reconhecidas.

O Colegiado se mantêm aberto a dar mais esclarecimentos a todos os interessados, através de seu e-mail oficial em: cbb@cbb.bodhimandala.com

Em nome do Dharma,


Assina o Sr. Presidente do Colegiado Buddhista Brasileiro,

Prof. Shaku Hondaku (Maurício Ghigonetto)


Assinam os membros da Diretoria Fundadora do Colegiado Buddhista Brasileiro,

Rev. Shaku Haku-Shin (Wagner Bronzeri)

Monge Meihô Genshô (Petrúcio Chalegre)

Prof. Dhanapala (Ricardo Sasaki)

Prof. Tam Huyen Van (Claudio Miklos)

_____________________

No Dharma,
Tam Huyen Van

(Claudio Miklos)
___________________________
Sarve Bhavantu Mangalam

http://tamhaovan.multiply.com

domingo, 23 de novembro de 2008

Tibetanos decidem apoiar tática do Dalai-Lama



Tibetanos decidem apoiar tática do líder espiritual dalai-lama

'Caminho do meio' reconhece Tibete como parte integrante da China, mas defende maior grau de autonomia

Cláudia Trevisan, de O Estado de S. Paulo

AP

Líder espiritual dalai-lama
DHARAMSALA, Índia - Representantes da comunidade tibetana no exílio decidiram neste sábado, 22, na Índia manter a política do dalai-lama de buscar maior grau de autonomia para o Tibete por meio de negociações com o governo chinês, apesar da ausência de progresso nas oito reuniões realizadas desde 2002.

A votação foi realizada depois de uma semana de discussões de cerca de 600 delegados que integram o Parlamento do governo tibetano no exílio, liderado pelo dalai-lama. A posição adotada pelo grupo representa uma vitória do líder espiritual frente a correntes radicais que defendiam a mudança de política em relação à China e a busca de total independência para a região.

No fim de outubro, o dalai-lama afirmou que havia perdido as esperanças de conseguir avanços na direção de maior autonomia para o Tibete com os atuais líderes chineses e anunciou que o Parlamento decidiria o caminho a ser seguido. Alguns estudiosos da questão tibetana interpretaram as declarações como uma estratégia do dalai-lama de obter respaldo à sua posição, que sofria ataques crescentes de grupos radicais.

Chamada de "caminho do meio", a política que foi confirmada neste sábado pelo congresso reconhece o Tibete como parte integrante da China, mas defende um maior grau de autonomia para a região.

Os tibetanos temem perder o apoio da comunidade internacional caso passem a defender a total independência. A maioria dos países reconhece o Tibete como parte integrante da China, ainda que muitos defendam um maior grau de diálogo com o dalai-lama, principal líder espiritual dos tibetanos que vivem dentro e fora da China. A mais recente reunião entre representantes do dalai-lama e autoridades do governo chinês ocorreu entre os dias 31 de outubro e 5 de novembro e ambos os lados reconhecem que não houve nenhuma aproximação de posições.

Lhadon Thethorg, uma delegada da organização Estudantes por um Tibete Livre, manifestou seu descontentamento com a decisão à agência France Presse. "Nós estamos em um sistema democrático, mas a opinião da maioria nem sempre é a correta", afirmou. "Seja o caminho do meio ou a independência, as pessoas querem uma ação mais vigorosa."

sábado, 22 de novembro de 2008

Canção da Cabana coberta de relva


Canção da Cabana coberta de relva

(Sekito Kisen)

Construí uma cabana de relva onde não há nada valioso.
Após me alimentar, eu relaxo e tiro uma soneca.
Quando ela ficou pronta, novas ervas brotaram.
Agora nela se mora coberto por trepadeiras.
A pessoa na cabana vive aqui calmamente,
Sem se prender ao dentro, ao fora ou ao entre.
Nos lugares em que as pessoas do mundo vivem, ela não vive.
Os domínios que as pessoas do mundo amam, ela não ama.
Apesar de a cabana ser pequena, ela contém o mundo todo.
Em três metros quadrados, um velho homem ilumina formas e sua natureza.

Um bodhisattva do Grande Veículo confia sem dúvida.
As pessoas medíocres ou rasteiras não podem evitar divagar:
Essa cabana vai ou não se estragar?
Estragável ou não, o mestre original está presente,
sem se deter no sul ou norte, leste ou oeste.
Firmemente fundado na estabilidade, não pode ser superado.
Abaixo dos verdes pinheiros, uma janela luminosa –
Palácios de jade ou torres de rubi não podem ser comparados com isso.

Apenas sentar com a cabeça coberta, todas a coisas descansam.
Assim, esse monge da montanha definitivamente não entende.
Vivendo aqui ele não mais se esforça para se libertar.
Quem orgulhosamente providenciaria assentos, tentando seduzir convidados?
Vire ao contrário a luz para que brilhe no interior, então apenas retorne.

A vasta e inconcebível fonte não pode ser fitada nem evitada.
Encontre os mestres ancestrais, familiarize-se com suas instruções,
Junte relva para construir uma cabana, e não desista.
Deixe ir centenas de anos e relaxe completamente.
Abra suas mãos e caminhe, inocente.
Milhares de palavras, miríades de interpretações.
São apenas para libertar você das obstruções.
Se você desejar conhecer a pessoa imortal da cabana,
Não se separe desse saco de pele aqui e agora.

Tradução: Koun

(De sanghamargha.blogspot.com )

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Buddha ou Buda? Rakussu ou rakusu?

O Colegiado Buddhista Brasileiro decidiu recomendar as grafias conservando as raízes sânscritas ou pális, assim é recomendada a grafia Buddha, o que não significa obrigatoriedade, mas diminui algumas confusões.
Um exemplo é a palavra Gatha (verso) que escrita Gata, perde algo evidentemente. Quanto as grafias transliteradas de palavras tais como rakusu, embora a pronúncia seja de "ss", deve ser escrita com um "s", a razão é que se uma busca é feita na net só a grafia transcrita do japonês ao inglês leva a buscas ricas, por esta razão não devemos omitir os "Y" e dobrar os "s" para adaptar à nossa pronúncia usual em português.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

No buddhismo há uma crença a qual se converter?


O zen budismo não é uma religião de “acreditar” mas sim de despertar, e despertar significa despertar de todas as ilusões, inclusive das ilusões das crenças.

Existe sim algo a que se converter, é converter-se a possibilidade do homem acordar das ilusões através de um método de prática, porem como este é experiencial você precisa testa-lo por si mesma, não necessariamente tendo uma fé mas tendo confiança de que vale a pena ao menos testar, assim é o budismo, encoraja o homem a experimentar, não a se converter sem sentir os resultados de uma prática.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Aprender os sons



Num mosteiro, e nos retiros (sesshins) do zen, os eventos são marcados por sons, isto permite deixar de lado os relógios e apenas seguir os sinais sonoros, sem cogitar. Na foto, Sodô San, postulante a monja, ensina aos praticantes como tocar os instrumentos sonoros. A prática destas formas exigentes é um excelente instrumento para se aprender a prestar atenção ao momento presente e um grande auxiliar na prática meditativa.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Caminhada dos iniciantes no zen




A prática de caminhadas meditativas é presente no budismo desde o tempo de Buddha, trata-se de andar, em silêncio, esforçando-se para estar realmente presente, sentindo o chão sob os pés, os cheiros e o vento, respirando profundamente, tenta-se estar plenamente no momento sem cogitar do passado e do futuro.
Vemos os iniciantes do retiro zen de Florianópolis caminhando na trilha que vai dar na Lagoa do Peri, e na foto acima, no mirante próximo à sala de meditação, olhando o mar na excelente foto de Michel Seikan.
Mais fotos aqui

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Sesshin para iniciantes



Foto do final do sesshin de iniciantes em Florianópolis, adicionados os participantes de Rio do Sul e Joinville o retiro atingiu um numero extraordinário para a prática do zen, 26 pessoas presentes. Neste retiro montado especialmente na casa de retiros N. S. de Fátima, foram enfatizadas as caminhadas meditativas, as refeições formais e as palestras, mas mesmo assim um bom numero de horas de meditação foi realizado.
Ficou demonstrado o grande interesse em iniciar na prática séria do zen, na fila da frente os praticantes mais antigos que trabalharam como monitores ajudando os novos praticantes.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Meditação no Hospital


Lembremos que o Ministério da Saúde recomendou a prática de meditação com finalidades terapêuticas, a iniciativa de membros do Templo Busshinji em SP está descrita abaixo, um exemplo a ser seguido:

"Através do zazen, podemos despertar qualidades naturais de alegria, compaixão, liberdade, harmonia e respeito para com todos os seres, favorecendo, assim, o desenvolvimento de uma comunidade pacífica e feliz.

Nesse sentido, iniciam-se a partir de 10 de novembro práticas de zazen no Hospital do Servidor Público Municipal, sob responsabilidade dos monges Jisho e Koun e do praticante Shokan. A prática é aberta ao público em geral (e não apenas a funcionários, pacientes e visitantes).

O Hospital conta com uma sala de meditação, com vários zafus e zabutons, num recinto agradável e apropriado para o zazen.

Todos estão convidados a participar e a divulgar essa iniciativa.

Local:
Hospital do Servidor Público Municipal
9º andar – Sala de Meditação.
Rua Castro Alves, 60 – Aclimação
Metrô Vergueiro
São Paulo

Horários:

Segundas e terças-feiras
7:00, 7:45, 8:30, 9:15."
(Do blog Sangha Margha)

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Kenshô - A experiência mística


P: No livro os três pilares do Zen de Roshi Philip Kapleau encontramos uma crítica à escola Soto Zen com relação à importância da experiência do Kensho. O que o senhor diria disto?

R: É a tentativa de dizer que no Soto Zen não se valoriza a experiência mística, o Kenshô, porém isto não é verdadeiro. Coisas de competição entre escolas, mente discriminativa...o Kenshô é muito importante na escola Soto, a diferença é que não se faz um esforço determinado para obter experiências através da solução de koans, e festeja-las. Na escola Soto se entende que isto reforça o ego porque a pessoa quer muito atingir um algo especial, quem atinge uma pequena experiência fica orgulhoso e se distingue dos demais, na escola Soto se pensa que é preciso abandonar corpo e mente, inclusive o desejo de ser especial, conseguir uma iluminação, ser melhor que os outros. Só assim realmente se pode chegar a abandonar o ego.
Dogen Zenji abandonou o Japão, e passou por vários mestres na China se decepcionando com a decadência do ensino, respostas decoradas... falta de verdade na realização espiritual... e foi assim que trouxe o Soto da China, onde o encontrou com Tendo Niojo. Na sua iluminação discretamente anunciou a Niojo: "corpo e mente foram abandonados" (deixei cair...)e o mestre ao fim lhe disse: "também deves renunciar a idéia de que corpo e mente foram abandonados..."

No entanto os koans são sim usados na escola Soto, como auxiliares da prática e não como seu centro. Mesmo com todo o esforço percebo que é a vaidade e o ego o maior problema a afligir os praticantes, mesmo monges sofrem muito com isto. Outro ponto importante neste livro citado é que Kenshô e Satori aparecem como conceitos semelhantes, na escola Soto o Kenshô é a experiência mística, coisa boa mas bem longe da iluminação ainda, esta, o Satori, é a posse de uma estável realização espiritual, sempre disponível para quem chega lá, não é algo que pode se esvanecer facilmente como o Kenshô. E mesmo assim há vários níveis de iluminação, por exemplo você pode ter uma compreensão clara e ela ainda não se expressar em todas as suas ações, isto sim é um nível realmente grande e mesmo assim há níveis mais elevados.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Fotos de Ordenação Monástica de Jorge Kohô e Cerimônia de Jukai




Em Porto Alegre,através do ensinamento autorizado da Abadessa Coen Sensei, em outubro de 2008, foi realizada a Ordenação Monástica de Jorge Kohô, um praticante já antigo do zen, pessoa de múltiplas experiências e agradável convívio e da Cerimônia de Jukai (investidura leiga) de vários alunos do zen, provenientes das Sanghas de P. Alegre. Nossos cumprimentos efusivos a estes prezados amigos!
Mais fotos no site da repórter Thareja

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Por quê ordenações oficiais no zen? Perguntas


P: Por quê ordenações oficiais?

R: Porque desde os tempos de Buddha há regras para as ordenações, elas incluem concordância das famílias dos noviços jovens,raspar a cabeça para mulheres e homens, presença de monges testemunhas, ordenação por alguém que foi por sua vez devidamente ordenado e galgou o reconhecimento formal da instituição e de um mestre como realizado espiritualmente. Se uma pessoa, sem este reconhecimento ligado a uma linhagem sólida, faz ordenações, ou se são feitas fora das regras criadas por Buddha, elas simplesmente não são a continuação da linhagem de Buddha e portanto são inválidas.
Para entender melhor imagine encontrar um padre que clame ser um sacerdote católico, mas que você descobre não ter cursado o seminário, não ter sido ordenado por um bispo, não ser reconhecido nem registrado dentro da Igreja Católica, você o tomaria como um sacerdote legítimo?

P: Mas ouvi dizer que Buddha não criou uma religião organizada, que nunca foi buddhista, coisas assim!

R:Isto é desconhecimento dos próprios sutras buddhistas, eles contam detalhadamente que Buddha organizou seus discípulos com regras claras,( o Vinaya), estabeleceu uma extensa regulamentação, criou hierarquia entre seus discípulos, regras de subordinação, vestimentas distintivas, etc... tudo o que identificamos como uma religião organizada.

P: Como o senhor acha que ordenações irregulares, organizações paralelas, professores auto nomeados, serão problemas superados no futuro?

R: Isto não é novidade na história buddhista, já aconteceu no passado muitas vezes, as organizações paralelas tendem a enfraquecer com o tempo pois não tem raízes sólidas. Passados os séculos mal temos referências sobre suas existências, só as ordens oficiais e organizadas sobreviveram. No Brasil, e eu mesmo passei por esta experiência, pois fui ordenado sem registro inicialmente, monges nesta situação que tinham grupos de prática começaram a procurar registro, reconhecimento oficial e ordenações válidas, isto acabará ocorrendo no restante da América do Sul. Sempre que merecido a organização central os acolheu e regularizou a situação. Isto provê a estes religiosos a oportunidade de treinar e progredir além da situação de noviços (Jôza), dá a eles a oportunidade de viajar pelo mundo nas diferentes sedes da Soto Zen Shu, receber apoio em seu trabalho, ascender recebendo novas graduações e mesmo chegar a transmissão da luz, oficial, e vestir digna e corretamente o manto amarelo dos monges plenos (Osho).

P: Mas isto não faz da Soto Zen Shu a "Igreja" do zen?

R: Voltamos a questão inicial, as instituições tem defeitos e inevitavelmente são feitas de homens imperfeitos, porem elas é que realmente preservaram os ensinamentos e conseguiram passa-los adiante. As organizações paralelas independentes tendem a cair em lutas internas por poder, mal crescem um pouco, por esta razão não sobrevivem, falta-lhes a força da linhagem. A Soto Zen Shu,que traça sua linhagem de mestres desde Shakyamuni Buddha, não por acaso, há quase 800 anos sobrevive e criou universidades, centros, mosteiros, são 14 000 templos oficiais, e espalhou o ensinamento zen pelo mundo, sua plêiade de grandes mestres é impressionante, os descaminhos tiveram oportunidade de ser elaborados por uma forte crítica interna que está bem viva nos dias de hoje, esta vitalidade é a seiva da qual podemos todos nos nutrir para preservar o Dharma de Buddha.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Para quê cerimônias, sutras, formas..?


P: Eu compreendo a importância de se fazer Zazen corretamente, mas existe alguma importância em qualquer outra atividade senão a meditação? Sutras, textos, maneiras de se agir: tudo isso me parece tão pretencioso e não-sincero...

R: Sim, há outras maneiras de treinar, a pretensão surge na mente, assim treinar cerimônias é uma maneira de abandonar esta mente que julga e tem opiniões, treine com um grupo sério e um professor regularmente ordenado com uma linhagem clara, e sim, treine com o grupo também.
A convivência traz atritos e estes são os polidores do praticante, aqueles que se afastam por atritos, com os companheiros, são como pedras brutas de diamante que quebram nas mãos do polidor, tinham uma rachadura que só surgiu no polimento, isto é muito importante.

sábado, 8 de novembro de 2008

Novo Blog zen no Chile


El valor de la sangre - Claude Anshin Thomas monje zen
5 de Noviembre de 2008

Traductor: Javier Gil (artículo de medialens.org)

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El valor de la sangre

La soberanía, hecha añicos por la fuerza

“Mi trabajo en Vietnam consistía en matar a gente. Para cuando me hirieron por primera vez en el campo de batalla (dos o tres meses después de entrar en combate), yo ya había sido directamente responsable de la muerte de varios cientos de personas. Ahora no pasa un solo día sin que vea muchas de sus caras.”

Son palabras de Claude Anshin Thomas, al relatar sus experiencias como jefe de tripulación de helicópteros de asalto estadounidenses en la Guerra de Vietnam. Thomas recuerda un incidente en especial:

“Llegamos allí muy bien equipados… abrimos fuego y, sin darle más vueltas, destruimos el poblado por completo. Lo destruimos todo. Una auténtica masacre, una locura. No había nada allí que no fuera parte del enemigo. Así que matamos todo lo que se movía: hombres, mujeres, niños, ganado, perros, gallinas. Sin ningún sentimiento, sin ni siquiera pensarlo. Fue fruto de la locura. Destruimos casas, árboles, vehículos, todo. Lo único que quedó al terminar eran cuerpos sin vida, fuego y humo. Era como un sueño, no parecía real. Sin embargo, cada uno de los actos que cometimos fueron completamente reales.” (Thomas, At Hell’s Gate - A Soldier’s Journey From War To Peace, Shambhala, 2004, p.20)

Tal y como le sucede a cualquier veterano de guerra, sea del bando que sea, la guerra nunca terminó para Thomas. El sufrimiento que él causó y experimentó le llevó a experimentar nuevos casos de violencia, odio, autorechazo, abuso de las drogas y del alcohol, y desamparo familiar, situándole al borde del suicidio y de otros tormentos. En su libro, At Hell’s Gate - A Soldier’s Journey From War To Peace (A las puertas del infierno – El recorrido de un soldado de la guerra a la paz), Thomas describía cómo encontró la cordura mediante la propia aceptación de su sufrimiento, y mediante la compasión por los demás y por sí mismo. Tras haber sido ordenado monje budista Zen, Thomas ha dedicado su vida al activismo por la paz, visitando zonas en conflicto en todo el mundo y realizando un peregrinaje pacifista de 8.000 kilómetros que le llevó desde Auschwitz (Polonia) hasta Vietnam.

Thomas tiene un mensaje fundamental para todos nosotros sobre la verdadera naturaleza y origen de la violencia:

“Es importante tener en cuenta que los veteranos de guerra no son los únicos sobre los que recae la responsabilidad de las atrocidades de la guerra. Los que no son veteranos también aprueban la guerra, respaldan la entrada en la guerra, apoyaron el envío de tropas a Vietnam – y son precisamente los “no veteranos” quienes a menudo dan la espalda a los soldados a su regreso, en un intento por evitar su propia complicidad con la guerra… Pero si analizamos este asunto más de cerca, nos damos cuenta de que quienes no lucharon en el campo de batalla no son distintos a los que sí lucharon; todos somos responsables de la guerra. La guerra no es algo que sucede de forma ajena a nosotros; es una proyección de nosotros, sus raíces parten de nosotros mismos. Se forja dentro de todos nosotros.” (pp.50-51)
Do Blog http://www.sotozen.cl/

Íntegra aqui

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

A investidura leiga: O Jukai


Qual o Significado de Jukai?
(texto de Monja Isshin copiado do blog: link )
Qual o significado da Cerimônia da Transmissão dos Preceitos para Leigos (Jukai ou Zaike Tokudo)?

Nesta cerimônia, o praticante do Zen Budismo assume formalmente seu voto de orientar sua vida de acordo com os Dezesseis Preceitos do Bodisatva. Neste momento, também assume um relacionamento com o Professor dos Preceitos e entra formalmente na “Família de Buda” (a Sanga), que, desde a época de Buda, é composta de quatro grupos: os monges, as monjas, os praticantes leigos e os praticantes leigas.

Não é uma ordenação - assim sendo, procuramos evitar o termo “leigo ordenado”, apesar do fato deste termo ter caído no uso comum no Ocidente. Os kanjis (ideogramas chineses) que formam o termo “zaike” (在家) significam “ficar no lar” e os kanjis para “tokudo” (得度) significam literalmente “obter a travessia”, ou “entrar no caminho para a outra margem” - a travessia para a outra margem, que é a Iluminação. Corresponde aproximadamente à confirmação católica ou o batismo protestante e não possui qualquer significado de “colação de grau” ou de algum tipo de “formatura”, nem confere qualquer tipo de “autorização” especial. O termo “monge leigo” definitivamente não existe, por ser uma contradição de termos.

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Durante a cerimônia, depois de afirmar três vezes o seu voto de seguir os Preceitos do Bodisatva, o praticante recebe o rakussu (possivelmente costurado por ele mesmo) assinado no verso pelo professor dos preceitos, um nome do darma e, possivelmente, um documento de “linhagem” simbolizando sua entrada na “Família de Buda”.

Dentro de seu grupo de prática, depois de receber o seu rakussu, o praticante geralmente passa a assumir um papel de “monitor”, ajudando a dar as orientações básicas às pessoas mais novas. Mesmo assim, sua prática deve sempre ser voltada para o aprofundamento de sua própria prática, o cultivo de sua própria mente e a caminhada em direção à Iluminação.

Ouvir a gravação da cerimônia com seus votos aqui

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O novo Centro de Treinamento do Zen em SP




Acima vemos o estágio das obras do novo Centro de Treinamento da Soto Shu em SP. Ele se localiza atrás do templo Busshinji, na Liberdade. Com este centro a escola zen budista mais importante do Japão começa um importante movimento, tornar possível formar monges e professores do Dharma, com o método tradicional da escola, sem que seja necessário morar no Japão e aprender sua língua (aprender a ler e escrever é uma tarefa de anos).
Novos centros como este existirão na França (La Gendroniére) e nos EUA, isto marca a internacionalização formal da escola zen depois de meio século de presença no ocidente. Esperamos inaugurar o centro de SP no primeiro semestre de 2009.

Apesar disso ainda falta verba para o total acabamento, como móveis, louças e decoração.
Você pode fazer uma doação para a construção do novo prédio do Templo Busshinji, ligue para 11 3208-4515 ou 3208-4345 e fale com a Sawa San.
(Copiada em parte do blog Sangha Marga)

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

O que é a ordenação monástica no zen


Qual o Significado de Shukke Tokudo?

A Cerimônia da Ordenação Monástica Soto Zen, Shukke Tokudo (出家得度), representa o momento quando um praticante leigo torna-se monge-noviço ou monja-noviça (Jôza 上座) e entra na primeira fase de seu treinamento, se preparando para cumprir o papel social de sacerdote.

Mas qual o significado de Shukke Tokudo? Para que alguém torna-se monge?

Os ideogramas chineses (kanjis) para “tokudo” (得度) significam “obter a travessia”, ou “entrar no caminho para a outra margem” – a travessia para a outra margem, que é a Iluminação, e os kanjis para “shukke” (出家) significam “sair do lar”. Assim, “shukke tokudo” significa “obter a travessia, saindo do lar, deixando os laços familiares”, enquanto que o “zaike tokudo” significa “obter a travessia, ficando no lar”.

Representa uma mudança na prioridade da vida do indivíduo. E qual é esta nova prioridade?

Tenho ouvido muitas pessoas afirmarem que a prioridade do monge deve ser o “servir os outros” ou “servir o Darma”. Tenho visto muitas pessoas buscarem a ordenação “para se tornar alguém”, “para ganhar um título, uma posição social”, “para salvar pessoas”. Tudo isto pode ser muito bonito – e certamente não diria que estaria completamente errado. Mas, se ao iniciar o caminho, o novo monge-noviço pensa demais em “servir os outros”, ele corre o risco de perder o foco correto e desviar a sua prática, por estar assumindo responsabilidades demais e envolvendo-se com tentativas de “servir os outros” cedo demais, antes de realmente estar corretamente preparado para isto. Neste processo, desvia a atenção do seu interior e a busca da realização de sua Natureza Buda e pode até acabar usando os ensinamentos budistas, mal-interpretados, para justificar e reforçar comportamentos neuróticos. Quantos bons candidatos acabam se perdendo nos jogos do ego condicionado nestas horas.

Quando pesquisamos os sutras clássicos e os ensinamentos de Mestre Dogen, a mensagem é muito clara: nós nos ordenamos monges para buscar a nossa própria iluminação, por um caminho mais fácil que o caminho do praticante leigo, com as suas preocupações com a família e o trabalho profissional. A iluminação é a prioridade do monge-noviço. Isto é verdade, mesmo na tradição Mahayana, com os Quatro Votos dos Bodisatva - servir e libertar os outros vem depois – depois que tenhamos atingidos algum nível de realização, depois da nossa própria libertação (mesmo que parcial), depois que tenhamos condições de servir os outros com Sabedoria e Compaixão – e a confirmação deste fato por parte dos nossos professores. Primeiro, temos que nos preparar adequadamente. (Copiado de http://monjaisshin.wordpress.com/2008/10/31/qual-o-significado-de-shukke-tokudo/ leia a íntegra do artigo de Monja Isshin no blog, clique no link abaixo)
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terça-feira, 4 de novembro de 2008

Sesshin especial para iniciantes em Florianópolis


EM 14, 15 e 16 de julho 2008

SESSHIN ESPECIAL PARA INICIANTES EM FLORIANÓPOLIS

(Retiro Zen Budista)

Coordenação: Monge Genshô

Dias: 14, 15 e 16 novembro de 2008 (sexta à domingo – início 19 hs).

Valor: R$ 120,00 para membros efetivos da Sangha, R$ 160,00 para membros colaboradores, estão inclusos hospedagem e alimentação.
Vagas limitadas, precisamos da confirmação do pagamento ou reserva com uma semana de antecedência!
Local: Casa de Retiros N. S. de Fátima, Morro das Pedras, Florianópolis.

Favor informar por e-mail o depósito

DEPÓSITO EM CONTA CORRENTE

BANCO DO BRASIL – Instituto Educacional Todatsu

AG 4550-0

CC 5709-6
CNPJ 04.189.002/0001-21

Contato: Juliana Sussetsu (48) 3235 1312 – 9971 1323.

e-mail: santosjuliana@terra.com.br

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

sábado, 1 de novembro de 2008

Em que devo focar minha mente no zazen?


Mestre Kodo Sawaki fazendo zazen.

P: Embora tenha compreendido como deve ficar o corpo durante a meditação, não compreendi "o que fazer com a mente". Lembro-me que noutra escola eu devia me concentrar no fluxo da respiração e no Zazen? Como devo proceder?

R: Durante o zazen não há um alguém que observa algo, ou se concentra em algo, entendemos que isto força identificar um EU que olha algo. Simplesmente sentamos com todos os seres e qualquer pensamento que se apresente deixamos passar, voltamos continuamente ao momento presente, sem cogitar, sem julgar.
Aprender o zen é estudar o si mesmo, estudar o si mesmo é esquecer de si mesmo.