quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Paisagem mental



(continuação)
Um homem estava metido num grande problema, porque ele precisava “aparentar”, então ele precisava ter um carro muito caro, precisava ter um apartamento enorme, mas estava metido em dívidas impagáveis e isso causava uma grande infelicidade para ele, crise de hipertensão, e tudo o mais um monge lhe disse: “mas você pode vender tudo isso, não precisa ter esse padrão de vida. Vá dormir tranquilo”. “Mas o que é que os outros vão pensar”?
Para quem ele precisava mostrar que era milionário? Só que ele não era rico, ele era endividado. E ele não conseguiu escapar disso, era possível mas não conseguiu e continuou vivendo em ansiedade. Um monge não conseguiria entender o “mundo” dele, ele precisava usar um relógio Rolex.

Então, no fundo, a prisão está na paisagem que a pessoa criou dentro da cabeça. Ela acreditou em determinadas coisas e isso a aprisionou. Nós temos que olhar pra nós e dizermos assim: “qual é a fantasia na qual eu acredito”? No Zen queremos desarmar isso.

Então a mente pode mudar, mas, se você ficar preso numa paisagem qualquer, ela pode impedir sua vida. Porque você pensa: “eu vou ser monge e isso vai me fazer feliz”. E quando você se torna monge, o quê que acontece? É só trabalho. A prioridade são os outros, não é mais a “sua” prioridade.