sexta-feira, 23 de junho de 2017

A Revolução Humana (parte 1/2)




Aluno: eu penso que esta questão de subir na carreira é algo cultural e não da natureza humana.

Monge Genshô: nós podemos observar isso na natureza. Há uma ciência chamada Etologia, que nos permite distinguir bem estas questões. Quando temos alguma dúvida sobre seres humanos, podemos olhar para os macacos. E se você observar uma tribo de macacos, notará que tem o chefe dos macacos, o mais poderoso dos macacos, que dá cascudos nos macacos mais fraquinhos, e que fica com todas as fêmeas para ele. Não tem? Então, vamos dizer assim, não é bem uma coisa da natureza humana pois nós somos herdeiros de comportamentos que, digamos assim, foram geneticamente vitoriosos. 

Todos nós somos descendentes dos maus. Não somos descendentes dos que ficaram passivos, dos budas, dos monges budistas celibatários dos tempos de Buda, porque eles não tiveram filhos. Nós somos descendentes dos soldados que iam e conquistavam outros países, que estupravam, ou seja, somos descendentes dos maus. E nós deveríamos reconhecer isso em primeiro  lugar. E o comportamento animal também é esse. Os animais que derrotaram os mais fracos, que se reproduziram, os primatas, nós somos uma espécie deles. Então, uma coisa que nós temos que fazer logo é reconhecer nossa verdadeira natureza, e não colocar a culpa na cultura. Olhar para dentro de nós mesmos e dizer: esse é o meu comportamento básico. Agora eu, como homem, como é que eu, adquirindo consciência, mudo meu comportamento?


(continua)