Gostaria
de destacar um Sutra muito importante, o do Diamante, que pertence à coleção
dos Prajnaparamita Sutras. O Sutra do Coração da Grande Sabedoria, é um
resumo da essência dos Prajnaparamitas, que constituem aproximadamente 600
volumes. Alguns desses volumes são muito curtos e o Sutra do Coração é apenas
um desses volumes, ou pergaminhos. Mas vamos estudar o Vajracchedika, que quer
dizer diamante. Este é o Sutra que corta as ilusões. Esse texto foi traduzido
para o português por Cláudio Miklos, que é o Monge Komyô. Os Sutras começam
fazendo algumas considerações sobre o contexto em que Buda estava vivendo. Naquela
época, Buda residia no Parque Anathapindika, em Sravasti, com uma grande
comunidade de bikkus, que é como são chamados os monges. “Havia cerca de 1250
bikkhus e num dia, na ocasião do desjejum, o honrado pelo mundo colocou seu
manto e, levando sua tigela, tomou o caminho para a grande cidade de Sravasti
para pedir seu sustento. Ao chegar à cidade ele foi de porta em porta, de
acordo com a regra, sem pular nenhuma delas, pedindo alimento. Isto feito, ele
se alimentou, lavou seu manto, a tigela, os pés, tomou seu assento e
acomodou-se”. Essas considerações iniciais são feitas para nos contextualizar
em um Buda homem, tendo necessidades comuns de um homem e fazendo atividades de
um monge. O objetivo é mostrar que Buda não é um ser extraordinário,
transcendental, que anda acima do chão. Buda é um homem como cada um de nós,
que precisa comer, se vestir, lavar os pés e isso é essencial para a compreensão
do budismo. Isso é maravilhoso porque mostra que um homem comum pôde se
iluminar e se ele pôde despertar, nós também podemos. (Continua)