Aluno:
Como conseguir meu insight?
Monge:
Bom,
aqui há um grande engano, porque quando você senta, não é para você
ter “o meu insight”. Nós sentamos todos juntos, todos um com o outro. Quando o
outro se move não é ele que se moveu, todos nós nos movemos e a sangha se
moveu. Você não pode pensar “eu fiz, eu penso, eu procuro o despertar”, porque
se você procurar o despertar não existe nenhum despertar de um eu, por isso que
é aquele dito: Estudar o Zen é estudar a si mesmo, estudar a si mesmo é
esquecer-se de si mesmo. Você tem que esquecer de você e ser um com os outros.
Você não consegue abraçar alguém, e estou conectado com ele, eu e ele. Não é
isso. É “eu e ele somos uma coisa só, a dor dele é a minha dor, a felicidade
dele é a minha felicidade, somos todos, uma coisa só”. Deixe a visão de eu pela visão de unidade, é por isso que há tantas práticas no budismo para isso,
não é você sentado aqui, e o pássaro cantando lá fora. Você é o pássaro. Você é
o canto. Não existe uma separação entre mim e ele, por isso você não pode
depois sair, pegá-lo, matá-lo e levar para o refeitório para a gente comer,
porque isso não se pode fazer, porque aí você criou a separação mais absoluta
possível. Por isso que quando você come separa um pouco de comida, para dar para
ele. Para comer junto com os outros seres. Toda a prática é cheia dessas
mensagens, não pense “eu”, pense unidade. (continua)