Monge Genshô:
O mal só existe se você acredita no bem. Quando comemos recitamos “comemos para
praticar o bem, para evitar o mal e para seguir o caminho de Buda”, isso é a
primeira roda do caminho: a virtude. Para a virtude existe o mal e existe o
bem, mas esse ainda é o pensamento dual. A verdade é que “bem” e “mal” não
existem porque são distinções classificatórias de uma mente que pensa e divide.
Isso depende muito do ponto de vista, por exemplo, um jacaré come um pato numa
lagoa. Para o jacaré é uma refeição, para o pato é uma tragédia. Onde está o
bem e onde está o mal? Não existe bem e mal, nossas visões são obscurecidas
pelas nossas paixões. Se um jacaré matar uma criança acharemos que é um mal,
porque é uma criança humana, então mata-se o jacaré. Essa é a visão humana, mas
não existe bem e mal na atitude do jacaré, ela é apenas uma manifestação da
vida. (Naturalmente esta é uma visão a partir do absoluto, na vida diária é preciso
distiguir o mal e o bem, assim como é necessário julgar para saber a diferença.)
quarta-feira, 30 de novembro de 2016
segunda-feira, 28 de novembro de 2016
O Dharma está em muitos lugares
Pergunta: Gostaria de compartilhar
uma experiência. Durante muito tempo eu pensei na morte e isso me angustiava
muito, até que um dia me veio uma frase no pensamento: “não se preocupe em como
você vai, porque você não se preocupou para vir”. A partir disso tudo melhorou.
Monge Genshô: Interessante,
o Dharma está em muitos lugares e não é uma propriedade do budismo e nem do
Zen. Dharma quer dizer a sabedoria, a lei ou o ensinamento e ele surge em
lugares às vezes surpreendentes. Mesmo que todo o ensinamento desaparecesse
surgiria um novo Buda. Assim como os que estão dormindo podem acordar, onde há
obscuridade pode surgir Buda. Nós podemos ver textos cristãos, islâmicos, etc,
que são claramente textos de pessoas com percepções iluminadas. Não é
necessário ser budista ou Zen budista para se libertar do sofrimento e obter
uma clareza.
sexta-feira, 25 de novembro de 2016
Um ser iluminado pela música
Imperdível este curta premiado no Oscar de 2014, uma pessoa com uma visão iluminada da vida apesar das tragédias que viveu.
Muitas formas de se atingir a iluminação
Existem
muitas formas de prática e existem muitos métodos que podem levar à iluminação,
talvez o que seja mais efetivo e universal seja a meditação, por ser o método
que Buda praticou e ser o que tantas pessoas do mundo praticam. Mas pode
acontecer, se uma pessoa tiver suficiente carma para isso, da iluminação ser
atingida através de uma arte.
quinta-feira, 24 de novembro de 2016
quarta-feira, 23 de novembro de 2016
Sonhamos um sonho mau que nos conduz a enganos
Nós sonhamos um sonho mau que nos conduz a enganos e
nos faz sofrer, mas quando acordamos todo o sofrimento desaparece. Eu vi um
documentário que recomendo a vocês chamado “A pianista do número 6” que recebeu
o prêmio de melhor curta. Ele mostra uma pianista de 109 anos, que é a mais
velha sobrevivente de campos de concentração da 2ª Guerra Mundial. Toda sua
família foi morta e ela foi levada para um campo de concentração que era uma
espécie de vitrine para mostrar a arte. Os nazistas fizeram esta vitrine como
demonstração, para mostrar como eles tratavam bem os prisioneiros e só por
causa disso ela sobreviveu. Eles reuniram os artistas para fazer corais,
músicas e no final mataram essas pessoas também, sobraram apenas alguns. Essa
mulher teve a sorte de sobreviver e dentro desse documentário ela é uma pessoa
muito feliz que fala coisas maravilhosas todo o tempo e diz que até no mal há beleza.
Recomendo que vocês vejam para entender que é uma pessoa iluminada falando. E o
mais interessante: é iluminada através da música.
terça-feira, 22 de novembro de 2016
segunda-feira, 21 de novembro de 2016
Como se descreve a natureza búdica?
Pergunta: Como se descreve a
natureza búdica?
Monge Genshô:
Não é questão de descrição, a natureza búdica é uma qualidade dos que estão
dormindo. Como todos estão dormindo, todos podem acordar. Num mundo de Budas
ninguém fala disso, porque ninguém está dormindo. O papel dos Mestres é sacudir
os ombros dos que dormem para que acordem, é o mesmo que você faz com um amigo
que está tendo um pesadelo.
sexta-feira, 18 de novembro de 2016
Mudando os impulsos
Há
uma história de uma prostituta a quem ladrões levaram um manto que roubaram de
um Monge. Levaram o manto para o cabaré e deram para que a prostituta vestisse
e fizesse um striptease. Ela fez a dança e por causa disso, numa outra
manifestação, ela renasceu com o impulso de se tornar Monja e assim o fez, tal
é o poder do manto. Isso é bem uma história budista, toda ao contrário do que
pensamos que vai acontecer. Então marcas cármicas mudam sua onda e levam você a
ter impulsos diferentes.
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