Joshu foi
um grande Mestre da nossa escola, aluno de Nansen, que também foi um grande
Mestre. Joshu morreu com 116 ou 118 anos - há dúvida sobre o momento de sua
morte. Quando ele estava morrendo, um discípulo pediu: “diga-nos alguma coisa”,
e ele deve ter pensado: “poxa, mas em 116 anos eu já disse tudo” (risos) e o
aluno insistiu, então ele disse: “a vida é um sonho”, e morreu.
Joshu levou muito tempo
para aprender todas essas coisas, sua vida é uma lição e diz o que é a prática.
Ele foi para um mosteiro muito cedo, como adolescente ainda, e quando tinha 18
anos teve a sua primeira experiência de kenshô (enxergar sua verdadeira natureza) reconhecida pelo seu Mestre. Ele
então ficou praticando, indo cada vez mais fundo, treinando mais, e assim ele
treinou até os 54 anos, junto a Nansen. Então Nansen faleceu e Joshu achou
que ainda não estava pronto para ensinar, e continuou praticando e visitando
outros Mestres até os 80 anos. Somente quando ele tinha 80 anos ele aceitou
discípulos e ensinou dos 80 até os 116 anos. Ele é muito influente na nossa escola.
É um pouco diferente dessas pessoas que aprendem um pouquinho e começam a
ensinar na internet, começam a responder perguntas e etc,, não é mesmo?
Esses dias um rapaz me
escreveu um texto e disse: “está bom? Eu posso publicar?”. Eu perguntei a ele:
“quem é seu professor?”, e ele: “não, eu não tenho professor. Tenho lido
bastante, tenho lido seus textos, etc., mas meu texto está bom? Posso publicar?”.
Eu disse: “espere até você ser um professor autorizado”. E ele: “o que eu
preciso fazer para ser um professor autorizado?”. Então eu disse: “procure um
centro do Dharma e comece a praticar, depois que você praticar bastante talvez
você receba autorização para costurar um rakusu”. É difícil explicar que para
fazer o rakusu o bom seria que você não quisesse, que ele parecesse pesado
demais. Expliquei isso e disse: “seu primeiro passo pode ser aí”, porque se eu
dissesse que comecei no Zen em 1973 e só recebi autorização para ensinar em 2010,
ele iria pensar que 40 anos é demais e iria desistir, então a gente não diz
isso.
[Trecho extraído de palestra proferida por Meihô Genshô Sensei]
[Trecho extraído de palestra proferida por Meihô Genshô Sensei]