06 de Dezembro de 2007 | 12:02 (Veja on Line)
O Dalai Lama – chefe espiritual do budismo tibetano – afirmou nesta quinta-feira, em Milão, na Itália, que seu sucessor pode ser uma mulher, lembrando que "homens e mulheres têm os mesmos direitos" para a religião. "Se uma mulher se revelar mais útil, o Lama [Buda] poderá muito bem encarnar sob essa forma", disse, segundo a agência de notícias AFP.
O Dalai Lama chegou nesta quarta-feira a Milão, procedente da Índia, para uma visita de dois dias. Não está prevista qualquer reunião oficial com os dirigentes do governo italiano do primeiro-ministro Romano Prodi.
O encontro com o papa Bento XVI, inicialmente anunciado por uma autoridade vaticana, foi cancelado. Segundo algumas fontes, a decisão do papa de não receber o Dalai Lama teria facilitado a ordenação, na terça-feira, em Cantão, na China, de um novo bispo da igreja oficial chinesa, monsenhor Joseph Gan Junqiu, com aprovação do Vaticano. Um encontro entre Bento XVI e o Dalai Lama não seria bem vista pelas autoridades chinesas.
O conflito entre Pequim e o Dalai Lama tem origem na invasão do Tibet pelos comunistas chineses em 1959. Desde então, o líder religioso se exilou na Índia e cobra autonomia do Tibet junto aos chineses. Recentemente, ele disse que, caso venha a morrer no exílio, elegerá seu sucessor fora do Tibet. Ele também falou da hipótese da possível eleição de um novo líder espiritual budista antes de sua morte.