quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Dentro dos outros tem algo igual a mim



(Continuação) Quando nós olhamos as outras pessoas temos que ver nelas e em todos os seres a natureza búdica. Cada um dos seres é uma manifestação de sonho e quando se desperta, torna-se o próprio Buda. Buda é quem vê que o eu é um engano. Aquele que percebe isso não tem energia para se manifestar como um eu separado, mas ele não foi embora, nada vai embora, tudo é a própria vacuidade. Isto é o budismo e essa é a essência da compreensão do budismo. Quando compreendemos isso todo o resto fica claro, porque tudo não é mais do que variações em torno de um só tema. Natureza búdica, vacuidade, manifestação, talidade, são só palavras para tentar expressar um pensamento que no fundo é extremamente simples, mas que contraria todo o nosso conhecimento intuitivo, por isso é tão difícil. Ouvimos e sentimos tudo separado, e então fica difícil entender que dentro dos outros tem algo igual a mim, mas se considerarmos as poesias e a literatura, veremos que outras pessoas sentiam como nós, então há algo comum. 
O budismo está dizendo que essa sensação de separação é o principal engano. Você e todas as coisas são uma coisa só. Você é a vacuidade e não um evento separado. Por isso há a história inicial “se você pensa que vem ou vai, ainda não entendeu”.