Dalai Lama pede investigação internacional dos confrontos no Tibete
Líder religioso chamou protestos dos últimos dias de ‘genocídio cultural’.
Sobre os Jogos Olímpicos de Pequim, ele afirmou ser contra um boicote.
Dalai Lama, líder espiritual dos budistas tibetanos, condenou neste domingo (16) o “regime de terror” e o “genocídio cultural” impostos pela China. Além disso, pediu uma investigação internacional sobre os confrontos dos últimos dias no Tibete, que segundo o governo tibetano deixou cerca de 80 mortos.
“Eles usam a força para conseguir a paz; uma paz conquistada pela força mediante um regime de terror”, disse o dirigente religioso em uma coletiva de imprensa em Dharamsala, ao norte da Índia, onde está exilado desde 1959.
Segundo dados “confirmados” pelo governo tibetano exilado no norte da Índia, 80 pessoas morreram durante os protestos dos últimos dias na Região Autônoma do Tibete, controlada pela China.
Até agora, o governo chinês confirmou dez mortes em Lhasa, capital do Tibete, durante as manifestações - as mais sangrentas desde 1989.
“Por favor, investiguem. Que um órgão internacional tente primeiro investigar a situação no Tibete”, pediu Dalai Lama.
“Seja ou não de forma intencional, um genocídio cultural que está acontecendo”, completou. Segundo o líder religioso, os tibetanos são tratados “como cidadãos de segunda categoria em sua própria terra”.
O Prêmio Nobel da Paz afirmou que os Jogos Olímpicos de Pequim em agosto devem ser celebrados e disse ser contra um boicote.
“Quero os Jogos. O povo chinês (...) deve se sentir orgulhoso. A China merece ser sede os Jogos Olímpicos” e Pequim deve “ser lembrada como uma boa anfitriã” nessa competição, disse Dalai Lama.