sexta-feira, 13 de junho de 2008
Comentário de Sharon Stone sobre 'carma' irrita China
Sharon Stone cometeu um erro, a saber, confundiu carma com causalidade, muito do que sucede no mundo decorre apenas da condição de sermos humanos, de estarmos aqui ou ali, numa cadeia inextrincável de conexões. Não é possível achar ligação para cada acontecimento com carma individual ou coletivo. Por sermos seres humanos estamos sujeitos a múltiplos acontecimentos naturais que não são castigo ou prêmio, mas meras decorrências de estarmos aqui. Carma em si mesmo, pessoal, é o que decorre de ação intencional e marca nossa mente levando a repetições de palavras e ações com suas consequências.
Já publicado no blog:
Carma e causalidade são a mesma coisa?
Não exatamente, a lei da causalidade aplica-se a tudo que sucede, é expressa na segunda Nobre Verdade, tudo tem causa. Carma é um conceito que se aplica a uma ação que tem intenção, um EU por trás dela.
O carma do qual está livre o homem iluminado é o da geração de um carma próprio, que se aplica a ele mesmo, e seria sem sentido dizer que suas ações não geram frutos cármicos no mundo, seria como se ele atirasse uma pedra na água e esta não gerasse mais ondas, o que é absurdo.
Em vários textos zen está expresso que o motivo é que não tendo um eu não há como haver uma geração de um carma próprio. Algo a que este possa aderir. Mas isto não significa que as ações de um iluminado não geram causalidade, consequências.
Vê-se curiosamente que o hábito de usar a palavra carma para todos os sentidos, tais como fruto (vipaka) ação (carma) e mesmo causalidade, vem já de muito tempo e causa confusões.
No Dharma,
Rev. Genshô
Subject: [ZenSul] Comentário de Sharon Stone sobre 'carma' irrita China
PEQUIM (Reuters) - A firma varejista de luxo Christian Dior tirou anúncios com Sharon Stone de lojas por toda a China, depois de a atriz sugerir que o terremoto em Sichuan foi fruto de 'carma negativo' provocado pela política de Pequim no Tibete. Pelo menos 68 mil pessoas morreram no terremoto que sacudiu o sudoeste da China em 12 de maio. O abalo aconteceu meses após distúrbios no Tibete que desencadearam manifestações de ultraje internacionais contra a maneira como Pequim trata a região de predominância budista, invadida por tropas comunistas chinesas em 1950.