terça-feira, 17 de março de 2009

O observador cria a realidade objetiva ou a realidade interna?


Não seria correto afirmar que projetamos um universo, mas sim que damos realidade interna a ele através de nossas interpretações, de modo que ele existe coletivamente mas é sutilmente diferente para cada um de nós, não tanto que não possamos partilhar impressões entre nós, através da literatura, por exemplo.

As coisas existem, o que elas não tem é um eu inerente, são vazias de um eu, vazio não quer dizer não realidade mas sim vazio de um eu.
Existem dois extremos que o Buda contestou, um o eternalismo, o outro o nihilismo, por esta razão o budismo ( principalmente na descrição de Nagarjuna, patriarca do zen e de outras escolas relevantes) é o caminho do meio entre estes dois extremos. Se você nega a existência objetiva torna-se nihilista se você afirma a existência eterna dos fenômenos torna-se eternalista, ora nem as coisas são eternas nem não existentes, elas são somente transitórias e percebidas distorcidamente dada a nossa mente classificatória e discriminativa. É calar este mente discursiva, julgadora, que permite a percepção pura, iluminada, ver as coisas tal como são (talidade).