quarta-feira, 11 de setembro de 2013
A felicidade contemplativa
Pergunta – O senhor fala de acalmar a mente, mas como fica a questão, por exemplo, como eu que muitas vezes faço várias coisas ao mesmo tempo e se tento mudar isso, fico desmotivado. Me sinto mais vivo quando estou agitado fazendo três ou quatro coisas ao mesmo tempo. Como agir?
Monge Genshô – Eu compreendo e muitas pessoas procuram por essa forma de aceleração como uma maneira de sentirem-se estimulados. Em um dos extremos, as pessoas usam drogas estimulantes. Porém a felicidade vem de uma atitude contemplativa. Você pode ter uma vida agitada, mas precisa saber quando é o momento de cada coisa e precisa saber transitar facilmente entre estas situações. Minha vida é de certa maneira assim também, quando estou viajando tenho reuniões uma atrás da outra e tenho que resolver muitas coisas rapidamente. Mas quando chego ao hotel não ligo a televisão. É outro momento e você precisa saber quando agir de uma forma e quando agir de outra sem se deixar arrastar por essa aceleração, pois isso não é da natureza do homem. Observe uma pessoa fora das grandes cidades, como é seu ritmo? Muitíssimo mais lento, não é verdade?
Essa história de tempo é muito recente, os primeiros relógios não tinham ponteiros de minutos, muito menos de segundos. Foi a partir da industrialização que começamos a correr, nos apressar e marcar o tempo com essa precisão. Não é de se admirar que as pessoas estejam cansadas e que tomem tantos calmantes, são muitos estímulos. Quando você fala em parar, sentar numa almofada e meditar as pessoas pensam que é loucura. Quando estamos acelerados não estamos no presente, ficarmos realmente no momento presente é muito difícil.