Um
jovem uma vez me apareceu com o cabelo pintado de azul elétrico, uma coisa
assim, e ele perguntou-me: “o que o senhor acha?”. Eu disse: “eu não acho nada. Isso não
me impressiona”.
Agora
se você viesse aqui e dissesse que havia treinado 10 anos e tocava piano muito
bem, aí eu realmente respeitaria, mas pela cor de seu cabelo no máximo podemos
cumprimentar o cabeleireiro, pois o detentor não fez nada. Nós procuramos coisas fáceis
demais para fazer, quando na realidade deveríamos fazer as coisas difíceis, como
sentar para meditar, estudar e investigar nossa mente. Um trabalho muito
grande, difícil, esse merece respeito. É como alguém que disse: “eu li 50 livros
esse ano” - isso merece meu respeito, mas as coisas fáceis que as pessoas fazem,
como comprar uma roupa, isso não é nada. Por isso no Zen nós dizemos para que os praticantes vistam roupas discretas. Muitos preferem preto
porque é tradicional, mas na verdade o que queremos dizer é que não venham para a sangha com uma
roupa da moda para mostrar aos outros como você é especial, porque aqui isto não
é especial.
[N.E.: trecho de palestra proferida por Meihô Genshô Sensei]
[N.E.: trecho de palestra proferida por Meihô Genshô Sensei]