O despertar é
despertar das ilusões, é acordar. Nós todos vivemos mergulhados em ilusões tão
fortes que elas nos fazem esquecer da realidade. A realidade não é visível para
a maioria das pessoas; a realidade só é visível para a experiência iluminada. Tudo o que as pessoas veem e experimentam é um sonho; o que há é a consistência de um
sonho de ilusões, proporcionada pelos nossos sentidos, pelas nossas formações
mentais, pela nossa cultura, pelos nossos condicionamentos.
É assim que nós
vemos o mundo, através de
óculos coloridos, com olhos que ainda sofrem de astigmatismo, miopia e uma porção de
outras distorções óticas que nos fazem ver o mundo de forma falsa. Para algumas
pessoas é pior ainda, porque elas variam de humor por fenômenos cerebrais de sua
própria constituição, e às vezes veem um mundo negro, às vezes veem um mundo
brilhante, ou seja, têm variações que tornam a situação ainda mais séria.
É necessário
um certo equilíbrio para praticar o zen, porque o zen já é desafiador para
quem é normal, pois o normal é uma pessoa que está sonhando: ele já está
mergulhado em ilusão. Quando nos sentamos e nos colocamos a meditar, a
turbulência da mente vem à tona, e se nós temos tendência à alucinações, depressões ou qualquer coisa assim, elas surgirão. Por isso é necessário que o
praticante do zen esteja distante de tudo que provoca ilusão, e isso também significa
não usar nenhuma substância que altere a consciência.
O praticante deve olhar a
realidade tal como ela é.
[N.E.: trecho de palestra proferida por Meihô Genshô Sensei]
[N.E.: trecho de palestra proferida por Meihô Genshô Sensei]