terça-feira, 10 de abril de 2007

Trecho do livro "O Pico da Montanha"

Como conciliar este reconhecer da impermanência, com a vida de um executivo? Parece que todas as motivações, com que se acena na vida mundana, são ligadas ao obter algum sucesso. Ou ter mais coisas, símbolos de poder e afluência, ou possuir mais poder dentro das organizações. As estantes das livrarias estão cheias de livros que falam sobre a prosperidade, sobre o ser vitorioso, vencedor. Agora meus novos amigos me demonstram que é tudo fumaça, evanescente. Mas se é assim que motor poderia mover o mundo? Sim, todas as coisas são impermanentes, no entanto ter uma vida útil e rica tem o sentido de espalhar bem estar entre os outros participantes da sociedade. Há que se ser produtivo, os monges aqui em volta trabalham sem cessar. Eles têm até um ditado antigo “dia sem trabalho, dia sem comida”.

Parece então que a questão é entender a impermanência, estar consciente dela. Assim pode-se escapar da prisão de lutar pelo que é transitório, como se fosse o objetivo final. Esta meta tem que ser mais profunda para fazer sentido, senão todos, ao se darem conta da transitoriedade, deixariam os esforços de lado e o mundo naufragaria em mediocridade. Mas que estas metas que nos vendem de mero sucesso, de vencer os outros, de triunfar acumulando bens, são realmente objetivos menores, isto são. Sem sentido perante a impermanência de todas as coisas.