quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O crescimento ilimitado


Aluno – O Seikan San colocou algo no blog dele sobre o self que é muito interessante...

Monge Gensho – Porque é um sistema de crenças. Esse vídeo em questão fala da manipulação das massas através da publicidade com o fim de criar necessidades e desejos. Um dos temas abordados é de como foi feita a publicidade para fazer com que a mulher fumasse, para que ela pudesse fumar principalmente em público, o que na época era um tabu. Dessa forma, muitas coisas foram criadas para convencer as pessoas a consumirem determinados produtos. Uma lógica da economia e funcionamento das empresas está embasada no fato de que precisamos consumir para que a economia cresça, para que haja mais empregos, mais produção, etc. É comum todos ficarem muito felizes ao vermos na imprensa a afirmação de que o país esta crescendo, mas quando acontece de não haver crescimento, é quase uma calamidade pública. Na verdade, deveríamos nos perguntar se um crescimento assim é possível para sempre, mas isso é impossível. Por que está tão embutido em nossas cabeças que temos que crescer sempre? Por que a economia dos países tem que crescer sempre? Por que existem sempre mais pessoas a serem incorporadas a uma sociedade mais afluente? Existem países onde a população é muito pobre, não come o suficiente, então sim.

Em um planeta muito limitado, nos tornamos muito numerosos, muito mais do que o planeta suporta, e temos uma lógica de crescimento econômico infinito, pensamos que é sem fim. Um exemplo típico é o da China, que adotou a civilização do automóvel; basta fazermos alguns cálculos para sabermos que lá não pode haver dois carros por família como é, por exemplo, o padrão nos EUA. Não é possível, não haverá onde os carros circulem. Chega um momento limite naquilo que podemos fazer ou consumir. A indústria convence as pessoas a comprar alimentos de uma determinada forma, a consumir cada vez mais alimentos, e sempre mais calóricos. De repente, todos começaram a ficar gordos, no entanto, identificamos isso como doença. Para amenizar a situação, agora temos uma epidemia de operações para redução de estômago. Isso tudo é muito ilógico. Se olharmos fotografias de mil novecentos e trinta para trás, os brasileiros eram todos magros. O que aconteceu, como mudamos tanto? O consumo de arroz e feijão no ano passado diminuiu no Brasil, estamos comendo mais, mas não é arroz com feijão; o que aumentou foi o consumo de bolacha, cerveja e salgadinhos.