segunda-feira, 7 de abril de 2014
A simplicidade da iluminação
Iluminação é atingir um ponto tal onde esta capacidade de perceber e sentir está sempre presente, podendo sempre ser chamada. Isso é o “Satori”. Noto que muitos têm dificuldade de explicar a simplicidade disso. As elaboradas teorias filosóficas do budismo são interessantes, foram desenvolvidas durante milhares de anos, mas não proporcionam automaticamente a iluminação. A única coisa que realmente proporciona uma capacidade de libertação do passado e futuro, viver plenamente o momento, é uma forma de prática. Então surge a pergunta: “Quanto zazen eu tenho que fazer?” Esta não é a questão. Zazen é a “forma” de treinar este descarte de passado e futuro, ficando aqui e agora, mas se conseguir fazer isso em sua atividade diária, você transforma em zazen aquele momento. Comer é zazen, é isto que o “oryoki” pretende ensinar. Você pode voltar à mente do zazen esperando em uma fila, lavando louça, varrendo o chão.
Uma vez estava ao lado de um mestre tibetano, Chagdud Rimpoche, e meu filho então com 7 anos fez a pergunta: “Quanto tempo o senhor medita?” e ele respondeu: “24 horas por dia”. Isso é importante, nós podemos levar a prática para além do zazen. 40 minutos de zazen em um dia e dizer: “Eu já pratiquei hoje”, não é muita coisa, serve apenas para serenar. Você tem que levar a prática mais longe.