Na seção nove o Vajracchedika Sutra diz: “a verdadeira realização é realização nenhuma”. Começa assim: “Subhuti, o que pensais? Pode um discípulo que entrou na correnteza da vida santa dizer para si mesmo que obteve o fruto daqueles que entraram na correnteza da vida santa?”. Essa imagem da correnteza é de um outro texto em que se compara o nosso processo de caminhada, à entrada em uma correnteza. Você pode vir aqui na sangha, ouvir um ensinamento budista, experimentar o zazen, colocar o pé dentro água e depois ir embora. Entrar na correnteza é aquele que entrou tão profundamente que a correnteza começa a arrastá-lo. Não é só entrar na beira, molhar os joelhos e lavar o rosto. É entrar na correnteza e se você faz isso, mesmo que você não queira, já começa a ficar difícil sair da correnteza, porque a vida o arrasta para lá.
Constantemente eu conto nas comunidades que eu não gostaria de fazer tantos sesshins assim. Ano passado teve um período de alguns meses que eu estava fazendo sesshins de 15 em 15 dias. Num fim de semana eu ia para casa e no outro tinha sesshin em algum outro lugar, porque temos 20 sanghas em todo o Brasil, de modo que elas vão convidando e eu vou praticando. Mas eu não gostaria de praticar tanto assim porque tenho preguiça. O problema é que eu entrei na correnteza. Os alunos ligam convidando, eu olho a agenda e vejo que estou livre, então confirmo. Depois quando chega o dia eu penso: “ah, eu tenho que ir, mas não queria”. Essa é a correnteza. Essa é a virtude do trabalho de Monge, porque depois que você se torna Monge e assume responsabilidades na sangha não pode mais deixar de ir. E depois você fica muito feliz e emocionado por ter ido e pelos resultados que vê. É isso que está acontecendo com você, não é, Rachel? Ela assumiu a responsabilidade pela sangha de Maringá, então agora tem que ir em todos os encontros. Isso significa entrar na correnteza e é sobre isso que o Sutra está falando. (continua)
Constantemente eu conto nas comunidades que eu não gostaria de fazer tantos sesshins assim. Ano passado teve um período de alguns meses que eu estava fazendo sesshins de 15 em 15 dias. Num fim de semana eu ia para casa e no outro tinha sesshin em algum outro lugar, porque temos 20 sanghas em todo o Brasil, de modo que elas vão convidando e eu vou praticando. Mas eu não gostaria de praticar tanto assim porque tenho preguiça. O problema é que eu entrei na correnteza. Os alunos ligam convidando, eu olho a agenda e vejo que estou livre, então confirmo. Depois quando chega o dia eu penso: “ah, eu tenho que ir, mas não queria”. Essa é a correnteza. Essa é a virtude do trabalho de Monge, porque depois que você se torna Monge e assume responsabilidades na sangha não pode mais deixar de ir. E depois você fica muito feliz e emocionado por ter ido e pelos resultados que vê. É isso que está acontecendo com você, não é, Rachel? Ela assumiu a responsabilidade pela sangha de Maringá, então agora tem que ir em todos os encontros. Isso significa entrar na correnteza e é sobre isso que o Sutra está falando. (continua)