Se cada um de nós conseguisse através do zazen apagar completamente passado, futuro e pensamentos de eu, como: meu surgimento, minha morte, minha vida, meus acontecimentos, minhas incomodações, minhas visões, se jogássemos fora todos esses eus, jogaríamos fora toda essa noção de identidade. Isso seria o mesmo que esse copo entender que sempre foi e nunca deixou de ser aquele imenso mar. Então, o que Buda está dizendo no seu despertar é: a noção de eu separado é que é a ilusão fundamental e é ela que origina todos os nossos sofrimentos e todas as nossas visões particulares, que fazem com que nós queiramos agir assim ou assado, mas na realidade não nascemos e não morremos ( tudo é fluxo, continuidade ).
O budismo não está declarando que nada existe, não é niilismo, e não está dizendo que as coisas sempre serão as mesmas, que sua alma é eterna e portanto seu ego separado está preservado. Não é isso. O que o budismo diz é: este ego separado é a raiz de todo o sofrimento, é por conta dele que nós nos perdemos, é porque acreditamos neste ego separado que nós morremos. É essa fantasia de separação que não tem como permanecer e que não sobrevive ao colapso das nossas memórias, por exemplo. (continua)
O budismo não está declarando que nada existe, não é niilismo, e não está dizendo que as coisas sempre serão as mesmas, que sua alma é eterna e portanto seu ego separado está preservado. Não é isso. O que o budismo diz é: este ego separado é a raiz de todo o sofrimento, é por conta dele que nós nos perdemos, é porque acreditamos neste ego separado que nós morremos. É essa fantasia de separação que não tem como permanecer e que não sobrevive ao colapso das nossas memórias, por exemplo. (continua)