O
ensinamento básico de Buda é anatman: o “a” é como em português (o
sânscrito é parente do português, é uma língua descendente do próprio hindo-europeu),
esse “a” é negação. Anatman significa sem alma, sem átman. Então, basicamente, o ensinamento
budista é que não existe dentro do homem, nem de nenhum ser, uma partícula
permanente, eterna, indivisível que é ele mesmo e que independe do corpo, e que
transmigra de corpo para corpo, reencarna ou qualquer coisa que o valha. Este
não é o ensinamento de Buda. O ensinamento de Buda é que o carma é que
continua, ou seja, existe uma onda de energia no universo que nos manifesta e
que tem uma certa coesão e, portanto, quando nós morremos essa onda continua e
se manifesta em outro ser, que acaba por dizer a si: "eu sou", e tem noção de uma identidade.
Então, a identidade própria de cada um de nós é construída nesta vida. Vocês constroem a sua identidade através da operação de suas mentes. Isso explica porque nós perdemos as nossas identidades quando temos uma doença séria como um Alzheimer, um AVC ou uma amnésia - perdemos nossa memória; perdemos a noção de nós mesmos com o ser.
Portanto, o budismo está analisando que não existe um eu dentro de coisa alguma, nenhum ser tem um eu, individual, próprio, nem nenhuma coisa tem um eu individual.
[N.E.: transcrição de trecho de palestra realizada por Monge Genshô Sensei]
Portanto, o budismo está analisando que não existe um eu dentro de coisa alguma, nenhum ser tem um eu, individual, próprio, nem nenhuma coisa tem um eu individual.
[N.E.: transcrição de trecho de palestra realizada por Monge Genshô Sensei]