Ontem eu expliquei os passos de como devemos treinar para alcançar experiências
místicas, e o primeiro é este sofrimento de nos sentarmos: dor... desconforto… pouca
comida, nenhuma carne, que é o modelo do sesshin (retiro). Pouco sono… todas essas condições levam ao
enfraquecimento do eu.
Então, o sesshin é assim propositalmente. Na verdade
não deveriam ter aqueles cafés, bolachinhas e pastéis. Nós deveríamos
acrescentar à prática uma sensação de fome, de não ter comido o suficiente, de
estar sempre faminto. Por esse motivo,
por exemplo, que Sodo San foi a um monastério, e, em 10 meses, perdeu 25
quilos. Nos meus retiros de três meses, sempre quando ia dormir
estava sentindo fome. Esse
processo nos quebra, enfraquece-nos e propicia a realização espiritual.
No tempo de Buda, a regra era que os monges não poderiam comer nada depois do meio dia. Então eles comiam ao meio dia e fim. Mesmo que os monges comessem muito para
tentar compensar, não adiantava. Todos eram magros, mas o verdadeiro sentido da tradição é que o jejum
intermitente propicia uma mente clara.
N.E.: transcrição de palestra realizada por Monge Genshô Oshô em Florianópolis, novembro/2016.
N.E.: transcrição de palestra realizada por Monge Genshô Oshô em Florianópolis, novembro/2016.