segunda-feira, 4 de setembro de 2017

O Sentido da Rigidez do Zen




Ontem eu expliquei os passos de como devemos treinar para alcançar experiências místicas, e o primeiro é este sofrimento de nos sentarmos: dor... desconforto… pouca comida, nenhuma carne, que é o modelo do sesshin (retiro).  Pouco sono… todas essas condições levam ao enfraquecimento do eu. 

Então, o sesshin é assim propositalmente. Na verdade não deveriam ter aqueles cafés, bolachinhas e pastéis. Nós deveríamos acrescentar à prática uma sensação de fome, de não ter comido o suficiente, de estar sempre faminto.  Por esse motivo, por exemplo, que Sodo San foi a um monastério, e, em 10 meses, perdeu 25 quilos. Nos meus retiros de três meses, sempre quando ia dormir estava sentindo fome. Esse processo nos quebra, enfraquece-nos e propicia a realização espiritual. 

No tempo de Buda, a regra era que os monges não poderiam comer nada depois do meio dia. Então eles comiam ao meio dia e fim. Mesmo que os monges comessem muito para tentar compensar, não adiantava. Todos eram magros, mas o verdadeiro sentido da tradição é que o jejum intermitente propicia uma mente clara.

N.E.: transcrição de palestra realizada por Monge Genshô Oshô em Florianópolis, novembro/2016.