Sua impressão dos monges zen é correta no ambiente em que estamos, no entanto muitas vêzes me questiono senão estaríamos a cair no quietismo denunciado por Hui Neng no Sutra da Plataforma, a prática é agir no mundo, e em numerosas ocasiões a história budista mostra monges agindo de forma enfática e sendo vítimas da reação que isto provoca. Mesmo Buda intrometeu-se em conflitos e tentou pacificar guerras, sendo às vêzes bem sucedido e em outras fracassando.
Nossa comunidade budista brasileira é pequena demasiado, mas estaria correto que manifestassemos nossa inconformidade com uma administração pública que nos cobra impostos ingleses e nos presta serviços lamentáveis.Mesmo na comunidade dos monges surgem agressões motivadas por inveja e por recusa a aceitar a hierarquia natural provinda do respeito aos mais velhos e mais antigos. É errado isto mas o digo para que não creiamos que as Sanghas são lugares ideais e um dia a vejamos cair do pedestal em que a colocamos.
Se existe o Vinaya, as regras, é porque, desde os tempos de Buda, elas são infringidas por maus monges.Sim, poderiam os monges ser felizes mesmo em suas prisões, em qualquer situação, mas podem eles ignorar a tirania que causa sofrimentos a toda a população que os alimenta? Praticam apenas para si ou para todos os seres? Devem ou não tentar diminuir o sofrimento de seu povo? Sim, este mundo é o mundo da ilusão, porém os homens que sonham , mergulhados em ilusão precisam ser acordados, é o papel dos bodisatvas sacudir seus ombros para que acordem. O sofrimento dos pesadelos é ilusão, mas dizer que ele não é real seria ignorar os gemidos dos neles mergulhados, é esta a razão dos bodisatvas regressarem ao mundo para salvar do sofrimento os que nele acreditam, para acorda-los.