quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Redemoinho
P: Tenho me debatido com algumas questões referentes ao renascimento e carma.
Apesar de ter lido suas respostas às perguntas no site Daissen, ainda tenho dúvidas quanto ao como e por quê se diz que há carma individual enquanto se afirma que o "eu" é ilusão. Em minha lógica infantilóide, não pode haver carma individual se o "eu" for uma ilusão. O carma seria então sempre universal, se manifestando em tudo e todos de forma indiferente.
R: O carma que gera vc é em parte um quantum mantido junto por um conjunto de desejos e impulsos, neste sentido individual, mas também influenciado por um carma de família, país, etc.. portanto se manifesta em todos mas também tem um componente unificado bem marcante.
Agora, este carma ao se manifestar , gera a noção de um eu naquele que vive e pensa, porem este eu particular é momentâneo, limitado a esta existência.
P: Se o "eu" deixa de existir quando abandona os "agregados", como o carma pode "seguir" o que resta, se é que resta algo? O que resta não é, usando uma palavra neutra, o "um"?
R: Imagine um redemoinho dentro da água, ele tem um impulso próprio, uma manifestação que o destaca dentro da vacuidade (a água nesta analogia), é vacuidade sem tirar nem por, mas só tem uma individualidade porque tem movimento. Se este redemoinho se desfaz mas seu movimento desencadeia outro redemoinho mais tarde, ao sabor da corrente, o novo redemoinho tem uma nova identidade e características muito semelhantes pois detem a mesma energia cinética, porém não é o mesmo redemoinho, é outro. (Ou será que é o mesmo? é ou não é?)
P: Se sim, como o carma pode seguir nova manifestação (outro "eu") do "um"?
Se não, então o que resta quando, simplificando, morremos?
R: Resta o carma. (a energia que gera o redemoinho, e ela não consegue evitar se manifestar como redemoinho e com as mesmas marcas
(características)) ela não precisa um eu para se agarrar, assim como o redemoinho não precisa de um eixo em torno de que girar, ele gira e por isto imaginamos um eixo, e damos um nome a este eixo: EU)
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