terça-feira, 5 de junho de 2012

Ninguém pode salvar alguém que segue maus caminhos



Voltando a Bassui, pergunta ele:
“Agora, o que é a Mente? É a Verdadeira-natureza de todos os seres sensíveis, aquela que existiu antes de nossos pais nascerem e por isso antes de nosso próprio nascimento, e existe presentemente, imutável e eterna. Então, é chamada a Face de alguém antes de seus pais terem nascido. Esta Mente é intrinsecamente pura. Quando nascemos ela não é criada de novo, e quando morremos ela não se extingue. Não faz distinção entre masculino e feminino, nem possui nenhuma coloração de bom ou de mau. Não pode ser comparada com coisa alguma, e por isso é chamada de natureza-Buddha. Não obstante, incontáveis pensamentos surgem dessa natureza-Eu, como as ondas levantam-se no oceano ou as imagens se refletem no espelho.” (Texto)
Tudo isso: vacuidade, o vazio,  natureza-eu, a mente, a face antes de seus pais terem nascido são sinônimos, são todas maneiras de se referir a mesma coisa. Esta verdadeira natureza, tudo isso é a vacuidade.(Comentário de Monge Genshô)
Se quiser compreender sua própria Mente, você deverá em primeiro lugar olhar para dentro da fonte de onde brotam os pensamentos. Dormindo ou trabalhando, em pé ou sentado, pergunte-se profundamente "O que é minha Mente?" com um desejo intenso de resolver este problema. É a isto que se chama "treinamento" ou "prática" ou "desejo da verdade" ou sede de "percepção". O que se denomina zazen nada mais é do que olhar para dentro de sua própria mente. É melhor buscar sua própria mente com devoção do que ler e recitar inumeráveis sutras e dharanis cada dia durante anos incontáveis. Tais esforços que não passam de formalidades, redundam em méritos...” (Texto)
Dharani,o qual Basssui se refere, são longas recitações de mantras que nós fazemos também na nossa escola.(Comentário de Monge Genshô)
“ mas este mérito acaba e de novo você terá de experimentar o sofrimento dos três Caminhos do Mal. Porque o fato de alguém buscar sua própria mente leva finalmente à iluminação, esta prática é um pré-requisito para que você se torne um Buddha. Não importa se cometeu ou não as dez ações más ou as cinco faltas; ainda assim, se você fizer voltar sua mente e se iluminar, instantaneamente é um Buddha. Mas não cometa pecados e espere ser salvo pela iluminação por efeito de suas próprias ações. Nem a iluminação, nem um Buddha nem um Patriarca poderá salvar uma pessoa que, iludida, segue por caminhos maus.
Imagine uma criança dormindo ao lado de seus pais e sonhando que está sendo batida ou sofrendo uma doença. Os pais não podem ajudar a criança, não importa o quanto sofra, pois não há quem possa entrar na mente de alguém que sonha. Se a criança pudesse acordar-se, conseguiria libertar-se dos seus sofrimentos, automaticamente. Da mesma forma, alguém que compreende que sua Mente é Buddha...”(Texto)
É a vacuidade, é a natureza verdadeira, é a face antes que tivéssemos nascido, quem compreende que a sua mente é Buddha...(Comentário de Monge Genshô)