quinta-feira, 7 de junho de 2012

Destruindo as ilusões



A palavra ilusão não tem força suficiente, por isso usa-se a palavra delusão. Delusão é uma ilusão tão forte que nós não conseguimos ver que é ilusão. Ela parece a pura realidade.(Comentário de Monge Genshô)
 (Neste momento um carro de som passa próximo ao local do sesshin, o som deste carro é muito alto e acaba por invadir todo o ambiente. A este respeito, Monge Genshô comenta:esta manifestação que nós ouvimos agora mostra também a impermanência dos fenômenos flutuando em volta de nós. Uma das maneiras para não termos nenhuma perturbação é sermos capazes de aceitar).
Continua, Bassui:      
Que espécie de mestre é este, que agora mesmo vê cores com os olhos e escuta vozes com os ouvidos, que agora levanta as mãos e move os pés? Sabemos que estas são funções de nossa própria mente, mas ninguém sabe precisamente como são efetuadas. Pode-se assegurar que por detrás destas ações não existe entidade, entretanto é óbvio que estão sendo realizadas espontaneamente. Pelo contrário, poder-se-á assegurar que estes são os atos de alguma entidade; contudo, esta entidade está invisível. Se alguém encara este problema como incompreensível, todas as tentativas de raciocinar (para encontrar uma resposta) cessarão e ele ficará perdido sem saber o que fazer. Neste estado favorável, aprofunda-se sempre mais o anseio, incansavelmente, até o extremo. Quando o profundo questionamento penetrar até o fundo, e o fundo for arrombado, não permanecerá nem a menor das dúvidas de que sua Mente é o próprio Buda, o universo-Vazio. Então não haverá mais ansiedade sobre a vida e a morte, nem verdade alguma a buscar.” (Texto)
O que ele nos diz é que sentados aqui nós não podemos descansar, mas sim tentar incansavelmente chegar até o fundo dessa questão e ver o universo vazio. Se fôssemos capazes, se chegássemos lá, nenhuma ansiedade restaria, sobre nascimento e morte, nem sobre nenhuma impermanência de coisa alguma, nada mais poderia ser perdido na nossa vida porque teríamos tudo ao mesmo tempo ao penetrarmos a vacuidade, como bolhas de sabão, todas as ilusões desapareceriam.(Comentário de Monge Genshô)