Nós não nos sentamos sem sentido. Sentamos para
despertar e criar determinadas condições na mente, para obtermos, primeiro, a
capacidade para entrar em Samadhi, o
que para muitos pode ser difícil, porque nós nos sentamos e parece que a cabeça
não pára. Nós temos que conseguir chegar nesse ponto.
Depois
disso, então, podemos ambicionar ter experiências de Kenshô, de olhar nossa verdadeira natureza. Elas serão fugazes,
rápidas e, quando passam, ficam só como lembrança, parece que você voltou à
estaca zero. Na verdade, você já experimentou a iluminação, mas teve apenas um
vislumbre. Nós chamamos a condição, por exemplo, de Kodo Sawaki de Satori, ou seja, o Kenshô está disponível para ele a todo o momento. Então ele não se
importa com nada, pois ele pode voltar para a sua verdadeira natureza sempre
que desejar. Isso é possuir o Satori.
Ter
um Kenshô, uma experiência iluminada,
é muito pouca coisa. Algumas pessoas se encantam porque tiveram uma experiência
e saem gritando: “eu sou um iluminado!”. Não é nada disso. É um sujeito
perdido, que teve um pequeno vislumbre e acredita que aquilo é uma propriedade
dele e diz: “eu sou”. Por isso, quando uma pessoa diz “eu sou iluminado”, essa pessoa
não o é. Por definição, ele não poderia achar-se assim.