Li no seu livro que “não é o eu que
gera o carma, mas o carma que gera a ilusão do eu”.
Monge Genshô:
é como no caso do redemoinho. O carma seria o vento, essas diferenças de
temperatura que provocam o vento, etc. Os ventos seriam, nessa analogia, as
paixões, os desejos, os impulsos. É este carma que gera a aparência de uma
identidade. Mas a identidade é apenas aparente. Nós tornamos a identidade sólida.
Esse é o grande problema da humanidade, pois a ilusão mais forte que temos é
esta: a ilusão de um eu. A todo o momento nós somos informados de que temos um
eu separado. Como se fôssemos uma pessoa que nasceu e viveu olhando para uma
tela: a única coisa que ela via era aquela tela passando e ela pensou que a
vida fosse aquele filme.
A todo o tempo eu sou informado que é filme, filme, filme, e eu sou o assistente do filme. É o que está acontecendo conosco aqui, agora. Olhamos para o lado e vemos, e por mais que expliquemos que isto é como um sonho, a informação é tão nítida que não conseguimos escapar. Por isso a palavra DESPERTAR: Buda, o Desperto, acordou do sonho.