Gostaria de contar uma história do Zen Coreano:
Um monge sentia-se muito
insatisfeito no mosteiro em que ele estava, e não conseguia realizar-se
espiritualmente. Então, ele resolve ir à China, onde, pensava ele,
encontraria um mestre que o esclarecesse.
O Monge anda, anda, anda, e depois de dias
de viagem, já com fome, sede e tudo mais, adormece embaixo de uma árvore na
floresta, no caminho. De noite, ele acorda com grande sede, e, como havia chovido à
noite, e meio dormindo ainda, ele acha, ao lado dele, um pote cheio de água deliciosa. Ele pega o pote e bebe a água, sentindo-se reconfortado, maravilhosamente bem,
e dorme de novo.
Quando ele acorda, de manhã, ao lado dele tem um crânio com
água empoçada, cheia de vermes do apodrecimento. Foi aquilo que ele bebera. No
momento que ele vê isso, vomita. Mas quando isso acontece, ele acorda
de suas ilusões e retorna para o seu mosteiro original.
Entenderam a história? A água era maravilhosa e deliciosa. Por quê?
Porque ele achava que era; porque ele achou um pote de água quando ele
precisava, mas quando ele vê qual água era, ele vomita, ele acorda... Porque tudo
estava dentro de sua cabeça, inclusive o que ele estava procurando como o mestre
ideal: só existiria lá no país mitológico, além da fronteira.