quarta-feira, 26 de julho de 2017

O Despertar da Ilusão




Gostaria de contar uma história do Zen Coreano:
 
Um monge sentia-se muito insatisfeito no mosteiro em que ele estava, e não conseguia realizar-se espiritualmente. Então, ele resolve ir à China, onde, pensava ele, encontraria um mestre que o esclarecesse. 

O Monge anda, anda, anda, e depois de dias de viagem, já com fome, sede e tudo mais, adormece embaixo de uma árvore na floresta, no caminho. De noite, ele acorda com grande sede, e, como havia chovido à noite, e meio dormindo ainda, ele acha, ao lado dele, um pote cheio de água deliciosa. Ele pega o pote e bebe a água, sentindo-se reconfortado, maravilhosamente bem, e dorme de novo. 

Quando ele acorda, de manhã, ao lado dele tem um crânio com água empoçada, cheia de vermes do apodrecimento. Foi aquilo que ele bebera. No momento que ele vê isso, vomita. Mas quando isso acontece, ele acorda de suas ilusões e retorna para o seu mosteiro original.


Entenderam a história? A água era maravilhosa e deliciosa. Por quê? Porque ele achava que era; porque ele achou um pote de água quando ele precisava, mas quando ele vê qual água era, ele vomita, ele acorda... Porque tudo estava dentro de sua cabeça, inclusive o que ele estava procurando como o mestre ideal: só existiria lá no país mitológico, além da fronteira.