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terça-feira, 11 de setembro de 2018
quarta-feira, 23 de maio de 2018
A Continuidade da Vida
Você pode olhar para trás
e pensar: “como eu era com 20 anos?”, “eu faria as mesmas coisas que fiz antes
com a cabeça de hoje?”, de jeito nenhum, porque você mudou. Sua próxima
manifestação vai de alguma forma procurar a família, o país e as condições que
repetem aquilo que você já é. Nós vivemos presos num processo de repetição. Não
tem porque você ter medo da morte, porque vai acontecer simplesmente a continuação.
É muito importante o momento em que você morre, porque ele determina a próxima
manifestação, então você tem que estar preparado. O bom mesmo para mim seria
morrer no sesshin (retiro), com essa mente, então me manifestaria num mundo propício para
continuar essa mente.
Há uma história de um
Monge, que não é da nossa escola, mas que era professor de Karatê. Ele perdeu a
esposa, voltou para o Japão e se tornou Monge. Voltou para o Brasil, estava em
Brasília e de manhã foi tocar o sino do templo. A dinâmica é: toca-se o sino,
você faz prostração, dois minutos depois se levanta, toca novamente e faz outra
prostração. Enquanto ele fazia uma das prostrações ele morreu e o acharam ali,
naquela posição da prostração. O que vocês acham dessa morte? Boa, não é
verdade? Então, uma boa morte para vocês.
[Trecho de palestra proferida por Monge Genshô Sensei]
quarta-feira, 14 de março de 2018
A Grande Ilusão
Pergunta: Mas a gente também não dá
nome às folhas que caem na floresta, ou às ondas do mar.
Monge Genshô: E por que damos nomes
aos homens? Nós não somos nós. Não é você. Se eu pergunto: quem é você, qual é
a resposta?
Pergunta: Posso dizer que sou eu?
Monge Genshô: Pode, mas ainda será uma ilusão, porque você construiu esse eu, essa noção de um eu
separado. Você construiu, atribuiu um nome a si e diz “eu sou eu”. Na verdade,
se retirarmos sua memória, você não saberá mais quem é. Porque você depende da
memória para sustentar essa ideia. Então você depende do passado para sustentar
a sua noção de eu. Na verdade, todos os nossos eus são sem sentido, assim como
seria sem sentido darmos nomes às ondas. Se você desse nomes para ondas ou para
as folhas, não seria porque a folha chama Joana que você iria chorar quando ela
caísse no chão.
Pergunta: Mas a gente precisa se
alimentar, trabalhar, etc., como o senhor falou, e tudo isso gera um sentido de
que tudo é tão concreto e real.
Monge Genshô: Tudo é tão nítido que
você sofre por ele. Por isso a maior ilusão é a nossa crença num eu pessoal.
Essa é a sua maior falha. Você acredita em você e por isso você vai morrer. O eu não vai sobreviver a uma morte. Se não sobrevive a uma amnésia, vai
sobreviver ao apodrecimento de seu cérebro? Vai sobreviver aos vermes saindo
pelos seus olhos?
segunda-feira, 12 de março de 2018
Nascer e Morrer
Pergunta: O senhor poderia falar sobre
morte e renascimento? Bodhisattva eu imagino como um ser que atinge a
iluminação, mas que continua aqui para ajudar, então fiquei com isso na cabeça.
Monge Genshô: Mas isso não
significa que ele não morre; significa que ele retorna para isto, para ajudar.
Morte e nascimento, em última análise, não existem. É o que está escrito no Sutra
do Coração, eles são eventos para os seres. Você nasce e morre, mas a sua
verdadeira natureza não é nascer e morrer, é muito mais do que isso.
É muito fácil de entender quando
fazemos símiles. Por exemplo, quando você olha para uma floresta e vê as
folhas caindo e morrendo, você acha triste? Ou acha a floresta linda? Com um
tronco caído no chão, com cogumelos nascendo, com orquídeas, etc. A floresta é
toda essa obra de nascimento e morte e é linda. Ninguém chora as folhas que
caem, porque você sabe que tem folhas novas nascendo.
Nós olhamos para o nascimento e morte
dos seres humanos com sofrimento, porque não olhamos a humanidade como olhamos
uma floresta, não olhamos a humanidade como olhamos as ondas do mar que morrem
na beira da praia - nunca vimos ninguém chorando as ondas que morrem.
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