quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Como o Dharma vê o redator de cartas anônimas?
Creio que a pergunta se refere as pessoas que, ocultas por pseudônimos ou sem assinar, despistando o lugar de onde escreve, redige com o intento de perturbar, alimentar conflitos ou acusar, ameaçar e ofender. Evidentemente ela descumpre o preceito da fala correta do nobre caminho óctuplo, que Buddha recomendou como caminho para a libertação, e também o preceito de não mentir ou falar a verdade com má intenção, as próprias falsidades implícitas no seu disfarce de identidade revelam a mente desequilibrada do redator, ele deveria examinar suas motivações internas e perceber que ao alimentar a aversão e a raiva dá alimento a dois dos três venenos mais deletérios para a mente (apego, aversão, raiva).
É difícil ajudar as pessoas dedicadas à cizânia, pois sua perturbação toma tal vulto que impregna sua mente em todos os momentos do dia, maquinando as palavras e manipulações que usará para aumentar os conflitos no mundo, normalmente seu prazer, mãos tremendo à frente de um teclado, será ver o maior mal possível ocorrer às pessoas objeto de sua aversão. A ação correta, em contraponto, é falar do carma e jamais reagir diretamente, alimentando o desequilíbrio, exortar ao bem, não fazer o mal, um erro jamais justifica outro.
O carma resultante obviamente é mau, e a recuperação deve começar pelo voto de arrependimento que leigos e monges recitam na cerimônia de Uposatta:
De todos os atos negativos alguma vez cometidos por mim,
Devido a meu apego, aversão e ignorância,
Nascidos de meu corpo, boca e mente,
Agora, de todos eu me arrependo.