quarta-feira, 28 de outubro de 2015

MAHA PRAJNA PARAMITA



Aluno – O que são as palavras finais no Sutra que entoamos agora?

Monge Genshô  – “Maha Prajna Paramita”. “Maha” é grande. “Prajna” é sabedoria. “Paramita”, é da outra margem. É o ‘grande sutra da sabedoria da outra margem”.

Você imagina o rio da ignorância e tem uma margem aqui. Você atravessa esse rio, e a outra margem é a margem do despertar, da iluminação. Então, chegando lá, é a sabedoria da outra margem, é isso o que significa.

Nós visualizamos o budismo como um veículo para atravessar o rio da ignorância. Então você pega o barco do budismo e atravessa. Ao chegar lá, não precisa sair carregando o barco nas costas, ou seja, o budismo também é descartável, o budismo é a religião que aponta para a libertação do próprio budismo.

Mas existe uma outra imagem que é a do Bodhisattva que atravessou para a margem da sabedoria, aí ele chega lá e olha para margem da cá, a da ignorância, e vê tantos seres sofrendo, que ele opta por voltar para buscar esses seres. Então ele é um barqueiro que vai e volta,  ele não deixa o barco, por isso ele continua usando o budismo. Mas o budismo é um veículo, um método, não é a verdade, a religião suprema, não é nada disso.

A ideia budista é que nós temos métodos e esses métodos são os barcos que nos farão atravessar aquele rio. E existem barcos diferentes para pessoas diferentes, tanto que no próprio budismo há escolas diferentes, tem Escola Zen, Escolas Tibetanas, Escola Theravada, Escolas Terra Pura, e estas são apropriadas para diferentes tipos de pessoas, diferentes tipos de mentes. E por isso  elas existem, porque pessoas que são diferentes precisam de barcos e até mesmo religiões diferentes. Então nossa postura tem que ser de infinita tolerância e aceitação da diferença do outro, não pode haver intolerância alguma.