Aluna: Já tem projeto de transplantes de cérebro.
Monge: Levando a memória junto? Então o "eu" seria um produto da operação
do meu cérebro. O que é muito pouco para dizer quem sou eu. O produto que
acontece porque meu cérebro está funcionando, isso é muito pouco. E é isso que
o budismo diz. Eu repeti já em várias palestras, quanto ao ir e vir: "O
monge que está morrendo". Quem não ouviu?
O monge está morrendo. Chega um mestre
do lado dele e pergunta "eu posso lhe ajudar?" e o monge responde
"se não há nenhum lugar para ir, como você poderia me ajudar?”.” Se você
acha que vem, ou vai, ainda não entendeu nada.".
Não tem nada para ir nem para vir. Porque você já esteve aqui todo o
tempo. Seu carma é movimento nesse universo, e você está aqui. Todos os átomos
do seu corpo estão aqui, a sua personalidade, a sua onda cármica. Ela
simplesmente continua porque ela não se esgota, só há continuidade. Não há um
lugar para ir. Não existe um "para ir." E também você não veio
para cá. Porque o seu nascimento é uma manifestação da sua onda cármica. Não
é um "cheguei aqui agora".
Então, se não há para onde ir, também não existe de onde vir. No fundo, a declaração é assim: morte e nascimento também fazem parte das ilusões. Você pensa que nasceu e que esse é o começo de alguma coisa, mas não é. É só continuidade de alguma coisa.
Então, se não há para onde ir, também não existe de onde vir. No fundo, a declaração é assim: morte e nascimento também fazem parte das ilusões. Você pensa que nasceu e que esse é o começo de alguma coisa, mas não é. É só continuidade de alguma coisa.