Gostaria de falar sobre o surgimento do movimento mahayana
no budismo. Esse surgimento aconteceu porque o budismo havia se congelado
dentro das ordens monásticas, então só os monges podiam despertar, se iluminar.
Mas os monges, para isso, eram renunciantes completos, eram ascetas, cuja regra
dizia até que eles não podiam amanhar a terra, comercializar, prestar serviços,
trabalhar, não podiam fazer nada disso, tinham que se dedicar única e
exclusivamente à prática espiritual, e para comer tinham que sair com a tigela
para mendigar a comida, o que era possível dentro da cultura hindu.
Se você não desenvolver sua visão
espiritual, e não souber viver na vida cotidiana, na vida moderna, se você não
souber lidar com seu smartphone com sabedoria então o Zen é inútil. Ele tem que
ser útil nessas ações, não fora delas. Não é útil isolado na montanha. Com isso
surge uma grande distinção entre o mahayana e o movimento anterior que é
chamado, para diminuí-lo, de hinayana. Os hinayanas jamais se chamaram dessa
forma, porque essa palavra significa “caminho desprezível”, enquanto “maha”
quer dizer grande. Então seria “o grande caminho” e “o pequeno caminho”. Evidentemente usar a palavra hinayana para se referir a uma escola é uma
conduta sectária que deve ser evitada.
(CONTINUA)
[Trecho de palestra proferida por Meihô Genshô Sensei]