O ideal anterior era o Arhat, aquele que ilumina a si mesmo, como um asceta que vai para a montanha, medita, liberta-se, morre e está liberto. Derrotou todos os inimigos e todas as paixões.
Mas isso é para ele.
O mahayana tem outro ideal: o ideal do
mahayana é o Bodhisattva, não é o Arhat, não é o herói solitário. O ideal do
mahayana é o barqueiro, aquele que transporta os outros de uma margem para a
outra no rio da ignorância, que atravessa o rio para a margem da sabedoria. Por
isso “maha prajna paramita”. “Maha” quer dizer “grande”. “Pranja” quer dizer
“sabedoria”. “Paramita” quer dizer “da outra margem”. E esse é o título de uma
importante coleção de Sutras.
Os Sutras Prajna Paramita são
aproximadamente 600. Nenhum deles é do tempo de Buda, todos eles são
posteriores, portanto não entram na coleção do cânone das escolas fundamentais,
mas entram em todo o movimento mahayana que se espalha pela China, Japão,
Tibete e ocidente agora.
O ocidente é produto deste grande
movimento que se volta para os leigos e diminui o papel dos monges. Como?
Dizendo que os leigos podem se iluminar da mesma forma que os monges, quando a
ideia anterior para um leigo era: “eu apenas dou comida para um monge, numa
próxima vida talvez eu venha a ser monge e possa me iluminar, enquanto nesta
vida sou só um leigo, no máximo eu posso apoiar a sangha budista”.
(CONTINUA)
[Trecho de palestra proferida por Meihô Genshô Sensei]