quarta-feira, 15 de junho de 2011

Os arquivos da memória


Pergunta – Quando se usa a expressa apagamento da memória, não é bem assim, não é um
apagamento da memória. Fica claro que o apagamento é complicado.

Resposta – Não, se fosse simples assim, se apagaria a memória e estava tudo resolvido. Na realidade tudo está disponível, mas existe pleno domínio, você vai acessar o que quer,como acontece mesmo no computador, você só acessa o arquivo que deseja. A emoção perturbadora é como um vírus que se encarrega de abrir arquivos que você não quer abrir.
Você deixou que o computador fosse infectado por uma emoção e daí ele abre arquivos que você não quer abrir, quando ele quer, e o arquivo está sempre retornando na tela, é um vírus desses destruidores, ele trás de volta e você não tem mais domínio nenhum. Domínio zero, esse é o estado em que as pessoas normalmente vivem.

Observação: – Mas isso é como uma crise, a pessoa precisa estar numa crise feia.

Resposta - Mas as pessoas vivem normalmente assim, as pessoas que estão andando na
rua, elas estão numa espécie de sonho que elas não dominam, elas estão andando mas
não estão vendo, não estão no momento presente, estão pensando – a conta que tenho
que pagar, será que isso vai dar certo, será que Fulano gosta de mim – qualquer coisa, uma sucessão de coisas sem fim rodando uma depois da outra, mas não estão realmente na calçada, estão vivendo um sonho, por isso não estão acordadas. No budismo nós treinamos nossa mente para despertar, para sermos donos do sistema, abrirmos arquivos que quisermos quando quisermos, para não sermos dominados por uma emoção invasiva.
O termo para meditação em sânscrito é bhavana, bhavana significa treinamento. Na verdade nós estamos treinando uma habilidade, a habilidade de sermos senhores da mente e não sermos levados pela torrente. Podemos fazer o que quisermos, quando queremos. Abrir o arquivo que queremos, não sofrer inutilmente, não ser arrastado por emoções, podemos ser sensatos.