quarta-feira, 29 de junho de 2011

Kenshô



Pergunta: Então o kensho é um pequeno momento sem ego?
Resposta: Uma boa explicação é o termo experiência mística. Realmente não tem ego, existe uma sensação de unidade e quando você pensa “eu”... pronto, perdeu. Na primeira consideração, o primeiro pensamento o kensho se esvanece. No pensamento de contar sua experiência, pronto, já se foi. “Não posso perder essa sensação”, mas ela se foi. É frágil e não muda sua vida. Você continua o mesmo, só tem a memória da
experiência. Na realidade é um momento de iluminação. Só que você não é proprietário dele. Assim como veio, foi. Enquanto que no satori, você pode recuperar essa sensação a qualquer instante. Você é proprietário. As drogas dão sensações que duram um tempo limitado e a pessoa não é proprietária delas e ainda tem inúmeros problemas associados, como o vício e a própria destruição. Você não pode mais se libertar. É o oposto do que estamos falando. Estamos falando de libertação. Nós podemos até dizer que as pessoas que têm algum tipo de experiência no zen sentem uma espécie de vício no zazen. É tão bom o que você começa a obter que você não pode mais parar de praticar. Se parar, você se sente entristecido. Mas isso dá trabalho, você tem que sentar, não é como tomar uma droga. Então, é bem diferente.



O texto integral da palestra "Os dez passos em busca do boi" está publicado no site Daissen em duas partes.