Pergunta: O rakusu é uma versão do kesa?
Monge Genshô: O rakusu é a miniatura do kesa. Ambos são feitos de retalhos porque a lenda é que Buda costurou retalhos para fazer o seu kesa. Há vários significados simbólicos nisso. Ele cortou os pedaços de pano que estavam sujos de pus e de sangue, lavou cuidadosamente, recortou os pedaços que eram aproveitáveis e os costurou. Tingiu de ferro e de açafrão, de acordo com a lenda, então seu manto tem a cor amarelo açafrão. Já faz 2600 anos que nós usamos o manto assim como símbolo desse primeiro kesa de Buda. Nossa ideia é que nós somos a mesma coisa, nós somos cheios de pedaços bons e ruins, se nós descartarmos os ruins e pegarmos cuidadosamente os bons podemos fazer algo bonito. Os melhores são feitos de retalhos de tecidos que foram jogados fora, que não serviram para mais nada. Fica mais difícil fazer assim, mas fica mais valioso. Na medida em que o tempo vai passando a gente vai decaindo, degenerando, então hoje um manto de um Monge no Japão feito numa loja especializada é muito bonito, sem dúvida, mas pode custar 200 mil ienes, que seria 2 mil dólares. Isso é a nossa decadência. Nós vamos saindo do ato de Buda de usar tecidos jogados no lixo para reproduzir o manto pensando em ter algo perfeito, luxuoso, com um tecido muito bom, costurado pelo melhores artesãos.
Pergunta: Fiquei pensando sobre a ideia do eu e como o desaparecimento dele nos incomoda.
Monge Genshô: É, nós amamos muito nossa identidade.
Monge Genshô: O rakusu é a miniatura do kesa. Ambos são feitos de retalhos porque a lenda é que Buda costurou retalhos para fazer o seu kesa. Há vários significados simbólicos nisso. Ele cortou os pedaços de pano que estavam sujos de pus e de sangue, lavou cuidadosamente, recortou os pedaços que eram aproveitáveis e os costurou. Tingiu de ferro e de açafrão, de acordo com a lenda, então seu manto tem a cor amarelo açafrão. Já faz 2600 anos que nós usamos o manto assim como símbolo desse primeiro kesa de Buda. Nossa ideia é que nós somos a mesma coisa, nós somos cheios de pedaços bons e ruins, se nós descartarmos os ruins e pegarmos cuidadosamente os bons podemos fazer algo bonito. Os melhores são feitos de retalhos de tecidos que foram jogados fora, que não serviram para mais nada. Fica mais difícil fazer assim, mas fica mais valioso. Na medida em que o tempo vai passando a gente vai decaindo, degenerando, então hoje um manto de um Monge no Japão feito numa loja especializada é muito bonito, sem dúvida, mas pode custar 200 mil ienes, que seria 2 mil dólares. Isso é a nossa decadência. Nós vamos saindo do ato de Buda de usar tecidos jogados no lixo para reproduzir o manto pensando em ter algo perfeito, luxuoso, com um tecido muito bom, costurado pelo melhores artesãos.
Pergunta: Fiquei pensando sobre a ideia do eu e como o desaparecimento dele nos incomoda.
Monge Genshô: É, nós amamos muito nossa identidade.