Depois
desse vem o reino dos semideuses. Os semideuses lutam por poder. O mundo dos
executivos é bem um mundo de semideuses, sempre com as armas nas mãos, sempre
tentando ganhar mais, passar por cima dos outros, obter mais máquinas de
guerra, carros, capital, etc. O que não são coisas ruins em si, o dinheiro não
é ruim, dá para fazer templos e outras coisas boas, o dinheiro em si é só um
instrumento como qualquer outro, depende de como você o usa.
O
último é o reino dos deuses, de grande mérito, sabedoria, vidas muito boas, sem
esforço, são tão boas as vidas que não há impulso pelo Dharma. Os Budas têm
muita dificuldade de ensinar para os deuses, porque eles dizem: “que bom isso,
muito bonito”, e aí jogam flores sobre Buda. “Vai lá ensinar para os humanos,
eles estão precisando bastante. Eu vou ficar aqui na minha espreguiçadeira,
comendo mais um cacho de uvas” - esse é o reino dos deuses, mas os deuses também
decaem, perdem, seus méritos se gastam, porque tanto o carma mau quanto bom
também diminui com o tempo, e você decai e renasce num mundo humano, por
exemplo, para enfrentar problemas de novo. Alguns humanos que conhecemos são deuses caídos: tudo para eles é fácil, nascem em boas condições, tudo vem
de presente, boa educação, a família, tudo é bom carma, frutos ainda de um bom
carma, e tudo vem como se fosse estalando os dedos. O que é difícil para os
outros, para eles é fácil. Isso é fruto de muito bom carma.
Essa é uma sinopse
desses seis mundos que representam, aqui nesse caso, estados mentais. Há
possibilidade de ensinar isso como se fossem realidades também, e assim é feito
quando necessário. Porque nada afirma que não existem muitos mundos possíveis
de manifestação para os seres, mesmo mundos além da própria forma.
[Trecho de palestra proferida por Meihô Genshô Sensei]