O terceiro
reino é o reino animal, que é o reino da obscuridade, da ignorância, da atenção
só para os seus desejos. Você age como um cão: se tem fome, briga por um osso. Comeu, então deita para dormir e não pensa mais. Não constrói nada, não faz
mais nada, simplesmente vive atrás dos seus instintos, só isso. Passa uma cadela
no cio, então pula o muro, vai atrás, briga com outros cachorros, faz qualquer
coisa atrás do instinto. Essa é a característica do reino animal.
Depois,
vem o reino humano, que é o da turma aqui: tudo é “mais ou menos” no reino
humano. Às vezes você corre atrás dos instintos, às vezes você é ambicioso como
um fantasma faminto, às vezes você tem ódio e raiva como no reino dos infernos.
Você pode passar um dia e transitar por todos os mundos, porque está tudo ali.
Mas essa é a vantagem do reino humano: você pode conhecer o Dharma e sente
vontade de escapar do mal, sente atração para a felicidade e para o bem. Você
pode procurar de maneira errada e se enterrar mais ainda no sofrimento, mas
você quer a felicidade. Existem impulsos que levam o ser humano para outro
nível. Então, num nível mais alto de existência, às vezes você é como um anjo,
um deus, cheio de bondade, compaixão, todo mundo é misturado nesses
sentimentos. Você pode diminuir sentimentos ruins e deixar os outros bons
crescerem. Sentimentos de compaixão crescem e os instintos baixam, esse é o
trabalho da prática.
(Continua)
[Trecho da palestra proferida por Meihô Genshô Sensei]