Em primeiro lugar nós temos que entender o que é o Zen e o que é o caminho do Zen. O caminho do Zen é o caminho direto. O caminho direto foi ensinado por Buda pessoalmente, segundo conta a historia, a partir do sermão da flor. Quando Mahakashyapa sorriu quando Buda levantou uma flor. A percepção do que é o caminho é a compreensão de que tudo esta na mente. Que na verdade esse mundo, que nós vemos como mundo sansárico, é o mesmo mundo nirvânico, é o mesmo nirvana. Nós trabalhamos, comemos, dormimos, encontramos pessoas e tendemos a separar o mundo como o mundo do dharma de um lado, o mundo da paz, da serenidade, como agora quando estávamos em meditação e o mundo das aquisições, das coisas, dos trabalhos, das pessoas. Mas esse mundo que nós olhamos não é o nirvana porque a nossa mente não o vê. Assim como não vemos nas pessoas a pura natureza de Buda. Porque a única coisa que existe nas pessoas, a única coisa sólida e verdadeira, é a pura natureza búdica. Dentro de qualquer pessoa, a única coisa que não pode ser removida é a natureza búdica.
Toda sua mente, todos seus pensamentos, todos os acontecimentos, toda sua cultura, toda sua memória e seu corpo são temporárias e sendo temporárias, evanescentes e impermanentes, essas coisas não são o que poderíamos chamar de real. A única coisa que poderíamos chamar de real é a pura natureza búdica. A nossa dificuldade é que não podemos enxergar, por que? Porque nós temos ego. Como temos ego, esse eu, que usamos para transitar no mundo, confundimos tudo com uma realidade eterna e queremos que ele seja permanente. Confundimos todas as outras coisas com realidade sólida. Quando elas não são mais que bolhas, fumaça, sonhos, que passam e desaparecem como essa nossa reunião, como nossos corpos, como tudo. Mesmo nosso eu pessoal desaparecerá completamente.