Pergunta - Então a dor na perna é um fenômeno?
Monge Genshô – Sim. Você também não achará nada que esteja fora da vacuidade. Nenhum fenômeno está fora da vacuidade. Todos os fenômenos são a própria vacuidade.
Pergunta - Mas então Buda deixou de ser fenômeno quando ele se iluminou?
Monge Genshô – Quando ele se iluminou, deixou de ter um eu e por isso não gerava novo carma para si mesmo. Porque para gerar carma você precisa ter uma identidade a qual o carma possa aderir.
Pergunta – Existe um senso comum para eu parar o zazen, uma vez que não esteja suportando a dor física e o desconforto, ou nesse momento sou eu só, só eu determino?
Monge Genshô – Não podemos abandonar nossos companheiros, todos estão sofrendo. Você pode mudar de posição, pode pegar uma cadeira, apenas não podemos deixar nossos companheiros, pois nós os abandonaríamos e eles estão pensando a mesma coisa, “Não suporto mais”. Todo mundo pensa, “ninguém pode estar sofrendo mais que eu, porque se estiver sofrendo um pouco mais que eu ele iria embora, tenho certeza que meu sofrimento é o maior de todos”. Você pode estar certo, minhas pernas estão doendo, mas como sou o professor não posso sentar mais confortavelmente, tenho que ficar sentado corretamente para que vocês sintam mais força. Então se você não suporta, troque de posição, apenas não abandone seu companheiro do lado. Desertar é o pior dos crimes, porque todos os outros serão atingidos, por isso fazemos tudo juntos e não podemos faltar a nenhum zazen no retiro.
Pergunta – Existe um senso comum para eu parar o zazen, uma vez que não esteja suportando a dor física e o desconforto, ou nesse momento sou eu só, só eu determino?
Monge Genshô – Não podemos abandonar nossos companheiros, todos estão sofrendo. Você pode mudar de posição, pode pegar uma cadeira, apenas não podemos deixar nossos companheiros, pois nós os abandonaríamos e eles estão pensando a mesma coisa, “Não suporto mais”. Todo mundo pensa, “ninguém pode estar sofrendo mais que eu, porque se estiver sofrendo um pouco mais que eu ele iria embora, tenho certeza que meu sofrimento é o maior de todos”. Você pode estar certo, minhas pernas estão doendo, mas como sou o professor não posso sentar mais confortavelmente, tenho que ficar sentado corretamente para que vocês sintam mais força. Então se você não suporta, troque de posição, apenas não abandone seu companheiro do lado. Desertar é o pior dos crimes, porque todos os outros serão atingidos, por isso fazemos tudo juntos e não podemos faltar a nenhum zazen no retiro.
Uma pessoa foi embora, mas ela teve uma crise hipertensiva e é uma pessoa muito doente. Semana passada esteve internada com uma irregularidade cardíaca. Mas isso é outra situação. Sempre conto uma história de uma praticante que me procurou alguns anos atrás. Ela me procurou em janeiro e disse “tenho câncer pela terceira vez e irei morrer nesse ano, provavelmente. O que eu faço?”, eu lhe disse, “Vamos nos preparar, você pratica zazen conosco e vamos tentar ter a melhor mente possível para morrer bem”. Dei à ela meu rakusu (símbolo do manto budista que se porta sobre o peito) no final e ela morreu com ele dez meses depois. Ela fez sesshin conosco fazendo quimioterapia, sem cabelos. Quando não suportava mais as dores ela deitava no zabuton, mas não saía da sala. Você está pior que ela?