Em
primeiro lugar, vamos dividir nosso trabalho em três etapas: a primeira etapa é
Dhyana. Dhyana é a antiga palavra em
sânscrito para concentração, meditação. Essa meditação normalmente é dividida
em dois grandes grupos, dois grandes tipos – uma chama-se Shamatha e a outra chama-se Vipassana.
O
que é Shamatha? Shamatha é a meditação para acalmar-se. É como se nós imaginássemos
areia dentro de um copo que estamos constantemente mexendo com as agitações da
nossa vida. Se nós conseguirmos colocar o copo parado em cima da mesa e não
tocarmos nele, naturalmente a areia cai no fundo do copo, decanta, e a água
fica límpida. Então, Shamatha é a
prática de acalmar-se. E, nesse sentido, o Dhyana
que nós estamos fazendo é predominantemente Shamatha.
Existe
também Vipassana. Vipassana são as técnicas de observação
e de enxergar a realidade. Nós podemos praticar Vipassana observando nosso corpo, contando respirações, ouvindo os
batimentos do nosso coração. Nós podemos fazer isso. Mas nem Vipassana nem Shamatha são em si o Zazen.
Nós
podemos dizer que a prática da meditação é como um pássaro com duas asas: uma
asa é Shamatha; a outra asa é Vipassana. Uma é o exame, a outra o
serenizar-se. Zazen é “o puro céu
azul”. Isto é Zazen. Essa imagem é
muito correta, é muito boa. Nós temos que tentar entender isso. As técnicas são
Shamatha ou Vipassana, são as asas de um pássaro, mas Zazen é o puro céu azul.