A ideia de finitude do eu nos angustia
A
voz de Budha não é extraordinária, ela está aqui todo o tempo. Mesmo nós estando
aqui, vivos, a perdemos. Somos tocados pelos ventos das paixões, pelo nosso
funcionamento, pelos nossos medos, ansiedades, desejos, por tudo. Nós somos
impulsionados por tudo isso, é natural que seja assim. Ao mesmo tempo que essa mente
potente é nossa grande oportunidade, ela também é nossa grande perdição. Temos
uma grande capacidade de perceber, raciocinar, que não é a mesma de um animal,
é mais sofisticada. O animal pode esquecer e viver do seu desejo imediato, e
isso dá a ele uma vida plena naquele momento e retira o medo da morte, por
exemplo, porque ele não a considera. Mas nós sabemos que vamos morrer e nosso
eu desespera-se com essa ideia, ele se angustia. (continua)