quarta-feira, 16 de julho de 2014
Consciente e inconsciente
Pergunta – O senhor falou da questão na anestesia do funcionamento da mente, e eu fiquei pensando no inconsciente. O quê o budismo fala da relação do inconsciente com o consciente?
Monge Genshô - Essa é uma divisão que foi criada na psicologia ocidental. Para quem faz zazen, você começa a integrar inconsciente com consciente tantas vezes, que isso nunca apareceu no budismo. No budismo nós dizemos “a mente”. Consciente e inconsciente andam juntos. Porque os conteúdos do inconsciente surgem para você no zazen, e você enxerga, é capaz de sonhar acordado, e ver, então não existe essa distância. Inconsciente reprimido, lembranças recalcadas, não, tudo, tudo aparece junto explícita ou simbolicamente.
Pergunta – Queria que o Senhor falasse um pouco sobre a compaixão.
Monge Genshô - A compaixão é muito diferente da pena, da piedade, a compaixão surge daquele sentimento, “sentei-me com todos os seres, todos os seres estão juntos comigo, todos os seres sofrem, então todos são como eu, eu e eles somos um”. Então se eles sofrem, eu sofro. Isso é compadecer-se. Compadecer-se é padecer junto, sentir a dor do outro junto.
“Nós” é só um grande eu. É um eu ampliado, os países às vezes pensam assim” “nós”. Mas é em relação ao seu país, ou à sua raça, mas “nós” no budismo é: todos os seres e a grande terra. Nem um fora.
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O Dharma é um grande presente, ele está em muitos lugares, não só no budismo. Nós devemos procurá-lo ativamente, porque ele não surge da ignorância, ele só surge do esforço e da sabedoria, então, por favor, esforcem-se.
( Final da palestra, decupada da gravação por Rachel San )
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