segunda-feira, 29 de setembro de 2014
Chegando a outra margem
(continuação)
Saikawa Roshi: - O ensinamento de Buda é sobre a realidade além de nossas atividades mentais. A filosofia ocidental funciona somente com atividade mental e dualismo, branco e preto, ganhar e perder, isso é muito limitado. Com palavras e linguagens só podemos pensar de uma única forma. Buda se comunicava com palavras ininteligíveis para os seres normais, ensinava sobre grandes coisas, não o que está visível para nós, em frente aos nossos olhos, mas coisas impensáveis. No lugar de algo linear com começo e fim, temos um círculo onde em cada ponto é começo e fim. De um lado da moeda temos esses ensinamentos impensáveis, do outro temos a dualidade da vida diária. Se vocês começarem a pensar com um lado e o porquê de nascerem assim ou assado, não encontrarão a resposta, a realidade é que as coisas são como são. A resposta está aqui.
Os ensinamentos de Buda são sobre o outro lado da moeda, um ensinamento imensamente amplo. Em “MUKU SHU METSU DO” ele nega o fim das coisas, sem ignorância, sem fim da ignorância, sem velhice e morte, sem fim da velhice e morte, ele nega também as Quatro Nobres Verdades. Do outro lado da moeda essas coisas que são próprias do ensinamento budista também são negadas. Se você praticar poderá acabar com o sofrimento, pois ele tem uma causa e se existe uma causa ela pode ser eliminada, então mesmo isso ele nega ao dizer que não há sofrimento e nem fim do sofrimento. Dessa forma os Bodhisattvas seguindo a prática do Prajna Paramita, ficando com suas mentes livres ficam sem medo, sem obstáculos, além das delusões e podem atingir o nirvana, obtendo a sabedoria completa. Prajna Paramita é o grande mantra.
A parte final “GYA TEI GYA TEI HARA GYA TEI HARA SOWA GYA TEI” não aparece em muitas traduções, mas uma tradução é “eu fiz, eu fiz, eu atingi a outra margem, até o fim eu alcancei, viva”. Outra tradução é “juntos, juntos, vamos juntos para o mundo do nirvana”. Nessa tradução o título está no fim do Sutra e não no começo como é de costume. Como essa tradução é de um texto indiano, o título se repete no fim que é como é tradição nos textos Indus. (Fim)(continua com perguntas e respostas do mestre)