Sanavasa vai até Ananda e pergunta-lhe, “qual é a
natureza de todas as coisas?”, E Ananda mostra a ele seu manto, o manto é feito
de retalhos, todos costurados uns aos outros, ele está querendo ensinar que
todas as coisas são interconectadas e interdependentes. Sanavasa então
pergunta, “Mas então qual é a natureza última de todas as coisas?”. Ananda
então arranca o manto de Sanavasa, nesse momento ele desperta, pois entende com
clareza e com seus sentimentos, não com seu intelecto, que todas as coisas são
vazias.
Um aluno perguntou ao mestre, “Mestre, no Dharma de
Buda o que senhor pode me oferecer?” ao que o mestre respondeu, “Gostaria muito
de lhe dar alguma coisa, mas no Zen só há uma bola de ferro incandescente pra
ser engolida”. A primeira coisa a ser dita à um aluno é, “Você sabe que está
condenado a morte? Eu posso salvá-lo desta angústia existencial, mas somente
através da clareza e lucidez. Não através de alguma crença, fantasia ou
promessa maravilhosa para depois da morte”. Como as pessoas estão atrás dessas
promessas de reencarnações, espíritos permanentes, almas e paraíso, não ficam.
Elas desejam crenças, não sabedoria. Por isso uma Sangha com mais de 20
pessoas é muito raro, altíssimo nível.