Bem,
há muitos métodos de fazer o que chamamos meditação. Há métodos
preparatórios, de observação do corpo, com o propósito de nos
tornarmos conscientes. Há métodos com recitações que nos dão uma
âncora e, mais do que isso, um som harmônico que pretende nos
sintonizar com o todo.
Há também métodos voltados a algo que está fora de
nós, e eles conduzem a um grande engano, um sentimento de separação,
porque é necessário chegarmos a noção, ao sentimento de que entre
nós e fora de nós não existe distância alguma, que todo fora está
dentro e o que está dentro pertence a esse fora. Nós somos
altamente perturbados pelo fato de que nos sentimos separados, por
causa da nossa mente, do funcionamento das nossas formações
mentais, da nossa consciência que é dependente dos nossos sentidos:
nós abrimos os olhos e vemos tudo fora, separado de nós. Então, é
necessário criar um insight, uma visão de que na verdade estamos
como que aprisionados dentro desse saco de pele, cheio de ossos e
órgãos. Nós nos agarramos a este aprisionamento como um
prisioneiro que amasse a sua cela, e não quisesse dela sair. Nossa
libertação é altamente dependente do fato de que temos que
abandonar esse amor à nossa prisão, a essa prisão que vivemos e
sentimos por estarmos aqui, como seres, e estendermos nossos sentidos
a um mundo que nos rodeia.