Quando
Joshu, aos 116 anos morreu, os discípulos chegaram ao lado dele e disseram:
“Mestre nos diga alguma coisa”, e ele - “eu já disse tudo”. Mas um discípulo
continuou: “não, mas nos deixe alguma coisa”, e o Mestre disse: “a vida é um
sonho”. Cento e dezesseis anos é muito tempo para alguém morrer lúcido, como
aconteceu com Joshu, ele é um recordista entre os Mestres Zen. O nosso
superior da ordem que morreu em 2008, Miyazaki Roshi, morreu com 108, ele
trabalhou até 30 dias antes de morrer.
Esse
negócio de ficar sentado de frente para a parede, fazer regime, pensando em
termos de vida de Monge Zen, fazendo meditação, acaba não apenas você vivendo
mais, como também a vida parece mais comprida, porque é o oposto do que
chamam de “se distrair ou se divertir”, que é ouvir música alta, se embriagar, se drogar
ou qualquer coisa assim.
Acaba
sendo o contrário, pois para se obter clareza e lucidez, sentamos em meditação.
Por isso no Zen dizemos que estamos aqui em busca da clareza e da lucidez, de
compreensão, então não usamos nada que altere a consciência. Tudo o que aumente
a consciência é o que nós estamos buscando, e acaba sendo distinto do que o
mundo procura e chama entretenimento.