Isso nós estamos fazendo agora, estamos ouvindo o Dharma. Estamos ouvindo o que Dogen escreveu em mil duzentos e cinqüenta e três, não estamos jogando fora essa sabedoria, estamos tentando aprende-la, mas é difícil obter a sabedoria, porque apenas ouvir é uma bela atividade, mas ela tem que ser transformada em prática, porque senão ficaremos como os mestres Zen normalmente dizem, “não fale das palavras de Buda”. Isso é o que os mestres Zen diziam para monges, quando esses retrucavam, “Ah, mas os sutras dizem isso!”, “não me diga as palavras de Buda, não gosto das palavras de Buda, me dê suas próprias palavras”. Não é que eles desprezassem as palavras de Buda, o que eles não gostavam era a mera repetição das palavras de Buda, porque isso não possui nenhum significado. Então, “não me fale das palavras de Buda, quero ouvir sua palavra, sua verdade, sua prática como é, o que você está vivendo?”, isso é que importa, o resto são só palavras, não é sabedoria.
Não devemos confundir este ensinamento com a crença de que a sabedoria dos outros é inútil, é sim sem sentido quando não acompanhada de prática, porém se mostra-se com ações ela é verdadeira, se assim não fosse os mestres não se esforçariam tanto para difundir o Dharma.